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PME portuguesa quer ser grande em Moçambique

29 out, 2014 • Sandra Afonso

Vitropor vai instalar uma fábrica naquele país lusófono com o apoio do programa "Internacionalizar em Parceria".

Uma pequena e média empresa (PME) portuguesa de Valongo deu esta quarta-feira um salto de gigante. Vai instalar uma fábrica em Moçambique com o apoio do Programa "Internacionalizar em Parceria".

Não é nenhum jogo, mas quase que se pode dizer que saiu o euromilhões à vidreira Vitropor. Este é o quinto investimento no âmbito do Programa "Internacionalizar em Parceria" e o primeiro por terras moçambicanas, um projecto apoiado pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), que conta com o apoio da Caixa Geral de Depósitos e da Mota-Engil.

O objectivo é ajudar as pequenas e médias empresas a instalarem-se fora do país, com capital e com a ajuda de quem já lá está.

Com o programa "Internacionalizar em Parceria", esta vidreira de Valongo garante a instalação de uma nova fábrica em Moçambique, país onde não só existe muita procura de vidro transformado como não tem concorrência, explica Arnaldo Figueiredo, presidente da Mota-Engil Indústria e Inovação.

Outra vantagem do negócio é que esta pequena e média empresa (PME) não vai pagar a conta sozinha. O investimento inicial de 1,250 milhões será dividido por três.

A Vitropor fica com a maioria do capital, 51%, e a factura maior. Os restantes 49% ficam com a Caixa Capital e a Mota-Engil, refere Arnaldo Figueiredo.

Mas este projecto não fica apenas pelo apoio financeiro, através da construtora Mota-Engil, esta vidreira tem ainda garantido apoio ao nível da gestão e conhecimentos do mercado.

A Vitropor conta empregar 30 trabalhadores, três deles portugueses, e espera uma facturação anual de três a quatro milhões, em velocidade cruzeiro.

O primeiro projecto aprovado no âmbito do programa “Internacionalizar em Parceria” já vai no segundo ano de actividade. Trata-se de uma fábrica instalada nos arredores de Lima, no Peru, na área da metalomecânica. Emprega 40 pessoas, quatro portugueses, e já tem resultados positivos.

Os outros três projectos aprovados são uma fábrica de pneus, uma pedreira e uma unidade fabril de condutas de climatização, todos em Angola.

O presidente da Mota-Engil Indústria e Inovação diz que o grupo participa nestes projectos para apoiar a economia, mas também admite que, como accionistas, o sucesso deles é dinheiro para a construtora.

Estes cinco acordos já assinados representam um investimento total de 11 milhões de euros. Neste momento, estão nove projectos em análise, seleccionados entre as centenas que já foram enviados para o programa “Internacionalizar em Parceria”.