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França confiante num acordo sobre clima e energia. Portugal resiste

23 out, 2014 • Ricardo Conceição, enviado especial a Bruxelas

Planos europeus não estão a agradar o Governo português e existe mesmo a possibilidade de Pedro Passos Coelho boicotar o acordo que está previsto.

França confiante num acordo sobre clima e energia. Portugal resiste

O Presidente francês, François Hollande, está confiante num acordo sobre clima e energia, apesar da resistência de Portugal.

Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia está reunidos, esta quinta-feira, em Bruxelas num Conselho Europeu que terá como prato forte a energia e o clima.

À entrada para a reunião de Bruxelas, François Hollande mostrava-se confiante num acordo.

“Fiz tudo, com a Alemanha e o Reino Unido, numa tentativa de alcançar a um acordo esta noite e sobre o clima. Há um país que nesta altura resiste, posso compreender, mas espero que alcancemos um acordo definitivo, um acordo europeu”, disse.

O presidente cessante da Comissão Europeia, Durão Barroso, também acredita num acordo, mas não quantificou metas para este acordo do clima e energia. Numa conferência de imprensa realizada esta quinta-feira, ficou-se apenas pela referência à redução em 40% da emissão dos gases que provocam o efeito de estufa.

Como é hábito, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, chegou à Cimeira Europeia, que começou esta quinta-feira à tarde, em Bruxelas, sem dizer uma palavra.

Portugal promete bater o pé numa das questões que estão em cima da mesa, o acordo europeu sobre energia e clima, caso o mesmo não inclua metas vinculativas para as interconexões energéticas. O país quer garantir a possibilidade de escoar para a Europa, pelo menos, 10% da energia produzida na Península Ibérica. Hoje em dia está na casa dos 3%.

Mas Paris não está pelos ajustes na protecção da produção de energia nuclear e não aceita grandes mexidas.

Este tema poderá atrasar as conclusões dos trabalhos em Bruxelas e a cimeira poderá entrar noite dentro.

A oposição portuguesa coloca em perigo um acordo global sobre o clima, que prevê a redução em 40%, até 2030, das emissões dos gases que provocam o efeito de estufa.