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O impacto do BES não entra no défice ou uma "visão histericamente optimista"?

21 out, 2014 • Carolina Rico

Questionada pelo deputado socialista João Galamba sobre um potencial impacto do caso BES no défice de 2015, Maria Luís afirmou que não está previsto qualquer impacto no défice de 2015.

O impacto do BES não entra no défice ou uma "visão histericamente optimista"?
"O facto de [a situação no BES] preocupar toda a gente menos o Governo é em si um factor de preocupação", afirmou o deputado do PS João Galamba. Em resposta, Maria Luís Albuquerque afirmou que não está previsto qualquer impacto no défice de 2015. A ministra das Finanças apresenta esta terça-feira o Orçamento do Estado para 2015 aos deputados da Assembleia da República, dando início às discussões na generalidade da proposta orçamental no parlamento.
A ministra das Finanças garantiu esta terça-feira que a solução encontrada para o Banco Espírito Santo (BES) não terá impacto no défice de 2015.

"Há um empréstimo do Fundo do Tesouro ao Fundo de Resolução, que pode ser ou não devolvido em 2015 - depende da venda do Novo Banco - pelo que não sei a que tipo de impacto o senhor deputado se pode estar a referir", disse Maria Luís Albuquerque, em resposta ao parlamentar socialista João Galamba.

"O facto de [a situação no BES] preocupar toda a gente menos o Governo é em si um fator de preocupação", afirmou o deputado do PS, apontando o que diz ser um "apagão neste Orçamento do Estado" e uma "visão histericamente optimista" da situação por parte da ministra.

Maria Luís Albuquerque apresenta esta terça-feira o Orçamento do Estado para 2015 aos deputados da Assembleia da República, dando início às discussões na generalidade da proposta orçamental no parlamento.

Para a ministra, esta "é uma proposta de responsabilidade". Destaca uma estimativa de evolução do cenário macroeconómico, ainda que se trate de um "crescimento razoavelmente modesto". O executivo antecipa um crescimento económico de 1,5% e a descida da taxa de desemprego, para 13,4%.

Ricos e pobres
João Galamba criticou ainda que a reforma do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRS) surja fora da proposta de OE2015. "Como é possível dizer que não é possível reduzir a sobretaxa de IRS e reduzir ao mesmo tempo o IRC?", questionou.

"Esta proposta de IRS, do que conhecemos, não é um apoio à natalidade, é um apoio às famílias com filhos que pagam IRS e mesmo aqui de forma regressiva: beneficia mais as famílias ricas com filhos do que as famílias pobres", criticou o deputado socialista. 

As famílias com menos rendimentos "não só não levam um cêntimo como vão ficar com serviços públicos mais degradados", reforçou.

Na quarta-feira, será a vez de o ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, Pedro Mota Soares, ir à comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública para apresentar o orçamento da Segurança Social.

Os deputados da comissão parlamentar têm até ao final do mês para discutirem e votarem a proposta orçamental na generalidade, seguindo-se a discussão na especialidade.

A votação final global do diploma está agendada para 25 de Novembro.

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