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Novo Banco vai controlar quase 10% do BES Angola

20 out, 2014

O BESA recebe assim uma injecção de capital por parte do Banco Nacional de Angola de cerca de 2,9 mil milhões de euros.

O Novo Banco vai recuperar apenas 20% do empréstimo que o BES tinha feito ao Banco Espírito Santo Angola (BESA). Dos 3, 3 mil milhões de euros, vai conseguir cerca de 660 milhões de volta e fica ainda com uma participação de quase 10% do banco angolano.

De acordo com o plano de recuperação do BESA anunciado esta segunda-feira pelo Banco Central de Angola, o Novo Banco vai ficar com uma participação de 9,9% no capital social do BESA 

Foi ainda determinado um aumento de capital de 2,8 mil milhões de euros no BESA, envolvendo a conversão parcial do mesmo empréstimo, segundo informação enviada à Lusa pelo Banco Nacional de Angola (BNA).

Na análise de Helena Garrido, directora do “Jornal de Negócios”, há vantagens nesta solução, mesmo perdendo 80% do empréstimo. Desde logo porque retira incerteza aos potenciais interessados na compra do Novo Banco.

O plano de recuperação foi aprovado esta segunda-feira em reunião do conselho de administração do banco central, em sessão extraordinária convocada para analisar a evolução da situação financeira do BESA, decorrente das medidas de saneamento adoptadas a 4 de Agosto, face ao volume de crédito malparado.

O Banco de Portugal confirmou em Agosto que o crédito de 3,3 mil milhões de euros que o BES – que até agora controlava 55,17% do capital social do banco em Angola – tinha concedido ao BESA passou para o Novo Banco, estando totalmente provisionado.

De acordo com o BNA, após avaliação às contas do BESA, já sob administração provisória do banco central, "os fundos próprios do banco passam a ser negativos, no valor de 383.886 milhões de kwanzas [cerca de três mil milhões de euros], confirmando-se assim a necessidade de reforço imediato dos capitais da instituição, num montante mínimo de 425.768 milhões de kwanzas [3,3 mil milhões de euros]".

O BNA justifica as medidas decididas esta segunda-feira, com efeito imediato, face à "necessidade de salvaguarda da economia e do sistema financeiro nacional, da protecção dos interesses dos depositantes e credores do BESA", e ao "restabelecimento das condições mínimas de funcionamento" do banco.

Neste processo, diz o BNA, foram ouvidos os accionistas do BESA e o Novo Banco, este "enquanto actual titular do empréstimo interbancário sénior concedido pelo accionista maioritário do BESA”, o BES.

[notícia actualizada às 20h20]