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Pequenos investidores pedem ao tribunal que proíba venda de activos do BES

01 out, 2014

Voltam a invocar os testemunhos do Presidente da República e do governador do Banco de Portugal, que consideraram o BES como um "banco sólido".

Pequenos investidores pedem ao tribunal que proíba venda de activos do BES

Os pequenos investidores do Banco Espírito Santo (BES) intentaram no Tribunal da Comarca de Lisboa uma acção judicial contra a venda de activos do banco.

Segundo um comunicado, os autores desta acção pedem, "como medidas cautelares, a apreensão da escrita do BES, a proibição de acesso do Novo Banco à escrita mercantil do BES e a desocupação da sede do BES, para que a perícia judicial se possa realizar de forma independente".

Numa petição com mais de 150 páginas, os autores qualificam a medida de resolução como "uma medida administrativa de efeito equivalente ao assalto a um banco", justificando a necessidade de "um rigoroso exame nas escritas, para que se possam fazer contas rigorosas da liquidação e ainda para que se possam responsabilizar quem tenha que ser responsabilizado".

Alegando não ter conhecimento de qualquer facto negativo acerca da gestão do BES antes de 1 de Agosto e, invocando os testemunhos do Presidente da República e do governador do Banco de Portugal, que consideraram o BES como um "banco sólido", os pequenos investidores pedem também ao tribunal "que a perícia procure encontrar na correspondência do BES comunicações do Banco de Portugal impondo correcções de comportamentos do banco".

A acção é subscrita pelos advogados Miguel Reis e Alberto Vaz, Henrique Prior, Nuno Vieira da Silva e João Martins Jorge. Estes advogados constituíram entre si o Consórcio para a Defesa dos Investidores do BES (CDIBES).

No dia 3 de Agosto, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, depois de o banco ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades distintas.

No chamado "banco mau", um veículo que mantém o nome BES, ficaram concentrados os activos e passivos tóxicos do BES, assim como os accionistas. No "banco bom", o banco de transição que foi chamado de Novo Banco, ficaram os activos e passivos considerados não problemáticos.