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Cavaco Silva

"Península Ibérica poderia fornecer até 40% do gás que chega hoje à Europa proveniente da Rússia"

30 set, 2014

Na reunião do Grupo de Arraiolos, o Presidente da República comentou a crise energética da Ucrânia, a prestação de Carlos Moedas e a participação portuguesa contra o Estado Islâmico.

O Presidente da República, Cavaco Silva, considera que a energia é o calcanhar de Aquiles da Europa e alerta para o perigo da dependência energética da Rússia.

"Se tivéssemos mais e melhores interconexões, a Península Ibérica poderia fornecer até 40% do gás que chega hoje à Europa proveniente da Rússia", defendeu o Presidente da República na conferência de imprensa conjunta dos nove chefes de Estado que integram o Grupo de Arraiolos, reunidos esta segunda-feira em Braga. 

Cavaco Silva sublinhou que a crise na Ucrânia mostrou a premência da diversificação dos fornecedores, dada a forte dependência energética da Europa em relação à Rússia.

A este propósito, o chefe de Estado português sustentou que "a Península Ibérica pode dar o seu contributo na medida em que há uma ligação por 'pipeline' vinda da Argélia e existem terminais em Sines, mas também em vários portos espanhóis preparados para receberem gás vindo da Nigéria, do Qatar" e, talvez no futuro, de Moçambique. 

Cavaco Silva aproveitou ainda para registar "com muita satisfação" a atribuição da pasta da Investigação, Ciência e Inovação ao comissário português Carlos Moedas, que teve esta terça-feira a sua audição perante o Parlamento Europeu, em Bruxelas.

Outro tema referido pelo Presidente foi a participação de Portugal na coligação internacional contra o Estado Islâmico. O chefe de Estado explicou que não vai haver intervenção por parte dos militares portugueses, mas reiterou, no entanto, "o apoio inequívoco" português à coligação.