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Partidos favoráveis a uma comissão de inquérito ao BES

19 set, 2014

Proposta comunista foi debatida durante cerca de meia hora no arranque dos trabalhos no parlamento, e será votada - e aprovada - no final da manhã.

Todos os partidos com assento parlamentar estão unidos quanto à necessidade de criar uma comissão de inquérito ao caso BES. A proposta do PCP será votada e aprovada no final da manhã.

"Propomos esta comissão de inquérito com o objectivo de obter todos os esclarecimentos sobre esta situação que envolve o BES e o GES, sem limitações ou obstáculos, mas também com a intenção de retirar desses esclarecimentos as devidas consequências", disse o líder parlamentar do PCP, João Oliveira, na apresentação da proposta de inquérito parlamentar.

O PCP, prosseguiu o seu chefe de bancada, intervirá neste inquérito "com o objectivo de fazer com que dele resultem também as medidas que garantam que a banca e todo o sector financeiro são colocados ao serviço do povo e do país".

A proposta comunista foi debatida durante cerca de meia hora no arranque dos trabalhos desta quinta-feira no parlamento, e será votada - e aprovada - no final da manhã.

À direita, Duarte Pacheco, do PSD, sublinhou que o partido "não tem qualquer reserva" à formação da comissão de inquérito, advertindo que esta "deve merecer o trabalho árduo e profícuo de todos os deputados".

Já Cecília Meireles, do CDS-PP, diz que apurar todos os factos em torno do BES é "fundamental" e os centristas terão uma postura de "responsabilidade" e "determinação" durante os trabalhos".

O PS, pelo deputado António Braga, advertiu que os trabalhos não podem ser dissociados de uma avaliação sobre o programa de ajustamento, e enalteceu o carácter amplo que a comissão de inquérito poderá atingir.

Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda (BE), lembrou a ligação do BES com os diferentes governos de Portugal para dizer que "nenhuma responsabilidade deve ficar impune" e se deve "ter a coragem de ir até ao fim" na procura de respostas, enquanto José Luís Ferreira, do partido ecologista "Os Verdes", disse que há "muito por esclarecer" num processo que "conta com a utilização de 4,9 mil milhões de euros de dinheiros públicos e, portanto, dos contribuintes".