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CMVM investiga eventual abuso de informação privilegiada na OPA da Ángeles

21 ago, 2014

Está em causa a compra de acções pelo grupo Ángeles e por dois dos seus administradores, um mês antes do lançamento da OPA.

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) está a avaliar a possibilidade de ter existido abuso de informação privilegiada – compra de acções com conhecimento de informação que não foi tornada pública e que pode influenciar o seu preço - na Oferta Pública de Aquisição (OPA) à Espírito Santo Saúde.

De acordo coma imprensa desta manhã, em causa está a compra de acções pelo grupo Ángeles e por dois dos seus administradores entre 18 de Julho e 18 de Agosto, um mês antes do lançamento da OPA.

A última compra aconteceu na véspera de ser tornada pública a OPA, a um preço 9% superior aos valores de mercado. Quem vendeu as acções não sabia que iriam valorizar no dia seguinte com o anúncio da oferta.

De acordo com o Diário Económico, as compras permitiram à Ángeles uma poupança de cerca de 1,7 milhões de euros. No total, os mexicanos investiram quase 12 milhões de euros na aquisição de 3,3% da Espírito Santo Saúde. Se comprassem as acções ao preço que oferecem na OPA, teriam de desembolsar cerca de 13,6 milhões.

Questionada pelo jornal Público sobre a legalidade destas compras, a CMVM, apenas disse que, sempre que é publicado o anúncio de uma OPA, o regulador faz uma análise das operações que o antecederam, e que está a avaliar se estas transacções configuram abuso de informação privilegiada.

Venda positiva
O Ministério da Saúde já deu início ao processo de avaliação da possível venda da maioria do capital da Espírito Santo Saúde.

Em entrevista à TVI24, o ministro Paulo Macedo confirmou ser necessário verificar a idoneidade do grupo e, tal como já havia sublinhado na Renascença, aferir da capacidade para cumprir o contrato assinado com o Estado, na Parceria Publico Privada do Hospital de Loures.

Paulo Macedo referiu também que a venda pode ser positiva e "vê com bons olhos que haja uma solução sólida" para esta Parceria Publico Privada devido aos problemas no Grupo Espírito Santo.