19 ago, 2014 • Ana Carrilho
Os sindicatos dos bancários pediram uma reunião urgente com a administração do Montepio Geral, que anunciou uma exposição de 150 millhões ao Grupo Espírito Santo (GES).
O vice-secretário-geral da Federação do Sector Financeiro (Febase) e presidente do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas, Rui Riso, diz que o pedido já foi feito, porque é preciso saber com urgência o que é que se passa com o Montepio que justifique a auditoria forense que está em curso.
Rui Riso afirma, em declarações à Renascença, que tem confiança no conselho de administração do banco, mas não esconde a preocupação com a instabilidade que está a atravessar todo o sector e que acaba por ter reflexos na actividade dos bancários.
“Preocupa-me, sobretudo, a instabilidade que isto provoca nos trabalhadores, a forma como os clientes interpretam a posição dos trabalhadores bancários, pondo em cima deles, muitas vezes, a responsabilidade dos investimentos que fizeram, ainda que tenham sido avisados para alguns desses investimentos que tinham risco”, sublinha o vice-secretário-geral da Febase.
"Inspecções permanentes sempre houve"
Sobre as auditorias forenses em curso, que segundo o Banco de Portugal são mais três para além da do BES, Rui Riso desdramatiza. Diz que auditorias sempre houve, em Portugal e noutros países, e nem deveriam ser notícia.
“Os bancos são auditados e inspeccionados permanentemente, mas é impossível ter um polícia atrás de cada potencial infractor. Isto acontece em Portugal, Espanha, França, em todo o lado, inspecções permanentes aos bancos sempre houve”, argumenta o vice-secretário-geral da Febase.
O presidente do Montepio Geral garantiu na segunda-feira que o grupo está bem capitalizado e que não há qualquer risco para os depositantes.
António Tomás Correia disse, em entrevista à TVI, que a auditoria forense em curso é uma operação de rotina, que já tinha sido comunicada no ano passado pelo Banco de Portugal.