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Salgado rejeita ser "pivô" da crise no GES

17 ago, 2014

Ex-homem forte do Banco Espírito Santo divide responsabilidades com outros membros da família.

Salgado rejeita ser "pivô" da crise no GES

O ex-presidente executivo do Banco Espírito Santo (BES) Ricardo Salgado rejeita ser o “pivô” da crise que assolou o Grupo Espírito Santo (GES).

Em declarações ao jornal brasileiro “Estado de São Paulo”, Ricardo Salgado divide responsabilidades com outros membros da família.

“Não sou o pivô (dessa crise). Cada um (da família Espírito Santo) respondia por uma actividade de negócio. O Ricciardi pela presidência do BESI, o Manuel Fernando (Espírito Santo) pela holding Rioforte, e por aí em diante", declarou.

O ex-presidente executivo do BES considera que está “no meio do olho do furacão” porque é “um banqueiro à frente de uma instituição de quase 150 anos".

Ricardo Salgado, que é arguido no caso Monte Branco, defende-se e envolve outros membros da família Espírito Santo no caminho que levou à queda do banco.

O BES registou perdas históricas de 3.577 milhões de euros no primeiro semestre do ano, o que levou o Banco de Portugal a anunciar uma injecção de capital de 4.900 milhões de euros e a separação da instituição num “banco bom”, com a designação Novo Banco, e num “banco mau”, que vai ficar com os activos tóxicos.

Ricardo Salgado, em entrevista publicada na edição de quinta-feira do “Diário Económico”, quebrou o silêncio para dizer que está disposto a “lutar pela honra e dignidade” e remeteu explicações para depois de serem conhecidas as conclusões do relatório da auditoria forense às contas do BES.

O ex-banqueiro mostrou-se preocupado com os pequenos accionistas e citou o Papa Francisco: “Não chores pelos que te abandonaram e luta pelos que estão contigo”.