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O que eles disseram do velho banco (e do Novo)

04 ago, 2014

Julho foi quente, mas este não é um texto estival. O BES foi o principal tema do debate público em Portugal. Houve garantias, surpresas e, já em Agosto, votos de boa sorte ao Novo Banco.

O que eles disseram do velho banco (e do Novo)

À semelhança do Governo, o Banco de Portugal estava seguro quanto às folgas de capital, mas diz agora que as circunstâncias mudaram. Seguro passou da preocupação à confiança para voltar à preocupação.

Cavaco Silva, Presidente da República
"O Banco de Portugal tem sido categórico a afirmar que os portugueses podem confiar no BES, dado que as folgas de capital são mais do que suficientes para cobrir a exposição que o banco tem na parte não-financeira, mesmo na situação mais adversa." 21 de Julho

Maria Luís Albuquerque, ministra das Finanças
"Não estamos a preparar a recapitalização do BES. Não temos nenhuma informação que uma recapitalização pública seja necessária." 17 de Julho

"Os contribuintes não terão de suportar os custos relacionados com a decisão tomada hoje." 3 de Agosto, numa nota do ministério das Finanças

Passos Coelho, primeiro-ministro
"Não há nenhuma razão que aponte para que haja uma necessidade de intervenção do Estado" (…) "Os contribuintes portugueses não serão chamados a suportar perdas privadas […] O Estado não intervém para, por exemplo, minimizar as perdas que possam estar associadas a maus investimentos, a más decisões, a maus projectos, a intenções que se revelam enviesadas face àquilo que são as regras de mercado". 11 de Julho, depois da suspensão das acções do BES por parte da CMVM

"O que é necessário hoje é passar uma mensagem de tranquilidade quanto à solução adoptada. Ela respeita o quadro legal, pelo que o Governo não deixou de a apoiar e é aquela que oferece seguramente melhores garantias que os portugueses não serão chamados a suportar as perdas". 4 de Agosto

António José Seguro, secretário-geral do PS
"Os esclarecimentos que obtive por parte do governador do Banco de Portugal são no sentido de diminuir as minhas preocupações". 9 de Julho

"Todas as minhas declarações devem ser no sentido de ajudar a resolver problemas e não contribuir para adensar os problemas". 9 de Julho, questionado sobre se a crise no Espírito Santo poderá afectar toda a banca nacional

"Manifesto a minha grande preocupação com os números divulgados hoje. Porque não eram estas as informações que eu tinha, nem eram estas as informações, nomeadamente pelo Governador do Banco de Portugal. Os portugueses não podem ter mais surpresas negativas provenientes do sistema financeiro e do sistema bancário português". 30 de Julho, depois da divulgação do prejuízo recorde do BES: 3.577,3 milhões de euros.

"[O BES] não pode transformar-se num novo BPN. Isso tem de ficar muito claro porque é altura de os privados, em particular dos accionistas, assumirem as responsabilidades da sua decisão. Não se pode pedir aos contribuintes portugueses que assumam responsabilidades de más decisões ou alegadas irregularidades, segundo aquilo que tem vindo a público." 2 de Agosto

Carlos Costa, governador do Banco de Portugal
"O BES detém um montante de capital suficiente para acomodar eventuais impactos negativos decorrentes da exposição assumida perante o ramo não financeiro do Grupo Espírito Santo." 11 de Julho, em comunicado do Banco de Portugal

"O novo banco continuará a assegurar actividade até aqui desenvolvida pelo BES e suas filiais em Portugal e no estrangeiro. Do ponto de vista dos clientes do BES e filiais, esta transferência em nada afecta a relação com banco." (…) "Fica completamente e inequivocamente afastada uma hipótese de haver perdas para os seus depositantes." 3 de Agosto

"Nos últimos dias houve um rápido e significativo agravamento da situação do BES […] a evidência de falhas de controlo e actos de gestão danosa agravou a incerteza em relação ao seu balanço, inviabilizando uma recapitalização privada num curto espaço de tempo". 3 de Agosto

Vítor Bento, presidente do Novo Banco
"Tenho o prazer de ter sido nomeado para liderar o Novo Banco. Para os nossos clientes e colaboradores apenas uma coisa mudou - o seu banco está agora mais forte e seguro que antes. As incertezas que ameaçavam a instituição nos últimos tempos foram afastadas." 3 de Agosto, em comunicado