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Seguro não quer BES "transformado em novo BPN"

01 ago, 2014

Para o líder socialista, não se pode pedir aos portugueses que paguem "os prejuízos de opções erradas do ponto de vista privado".

Seguro não quer BES "transformado em novo BPN"

O secretário-geral do PS, António José Seguro, rejeita uma intervenção do Estado no Banco Espírito Santo (BES), a exemplo do que sucedeu com o Banco Português de Negócios (BPN).
 
"[O BES] não pode transformar-se num novo BPN. Isso tem de ficar muito claro porque é altura dos privados, em particular dos accionistas, assumirem as responsabilidades da sua decisão. Não se pode pedir aos contribuintes portugueses que assumam responsabilidades de más decisões ou alegadas irregularidades, segundo aquilo que tem vindo a público", disse António José Seguro, em Cantanhede.
 
À margem de uma visita à feira comercial, industrial e agrícola Expofacic, o líder socialista adiantou: "era o que mais faltava que se viesse pedir sempre aos mesmos, isto é ao povo português, que viesse cobrir os prejuízos de opções erradas do ponto de vista privado".  
 
António José Seguro insistiu ainda na "necessidade" de as instituições responsáveis pela regulação bancária em Portugal "virem a público rapidamente, esclarecer a situação e informar os portugueses". "Isto não pode continuar como está", alertou.

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou esta sexta-feira, no Algarve, que o Governo está “preparado” para actuar de forma a garantir a estabilidade financeira na sequência da crise no universo Espírito Santo.

O jornal "Público" tinha noticiado esta sexta-feira que o Banco de Portugal e Governo estão a avaliar a possibilidade de uma intervenção pública no Banco Espírito Santo.

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) suspendeu esta sexta-feira a negociação das acções do BES, até "à divulgação de informação relevante". Antes desta decisão do regulador os títulos do banco atingiram um novo mínimo histórico, nos 0,105 euros.

Também a terminar a semana, a Espírito Santo Financial Portugal admitiu esta sexta-feira a sua incapacidade para honrar compromissos e avançou com um pedido de insolvência que visa lançar um processo especial de revitalização, ao abrigo do Código de Insolvência e Recuperação de Empresas (CIRE).