Tempo
|

O pior dia de sempre do BES na bolsa

31 jul, 2014

Cada título do BES vale pouco mais que 20 cêntimos. No início de Abril, chegaram a valer 1,46 euros. Governo admite "impactos" na economia.

O pior dia de sempre do BES na bolsa

Foi um dia negro na bolsa portuguesa e a pior sessão de sempre para o Banco Espírito Santo (BES). As acções do BES fecharam a sessão desta quinta-feira da bolsa de Lisboa a cair mais de 42%.

Cada título vale pouco mais que 20 cêntimos. No início de Abril, chegaram a valer 1,46 euros.

A capitalização bolsista do BES é agora de 1.130 milhões de euros.

De acordo com os analistas, a queda fica a dever-se não só ao prejuízo recorde (3,6 mil milhões de euros), anunciados na noite de quarta-feira, mas também ao anunciado aumento de capital que fará descer o valor de cada acção.

A sessão bolsista foi rica em quedas. O BCP registou uma perda superior a 4,3%, semelhante à da PT.

O índice PSI-20 encerrou com uma perda de 3,1. A bolsa portuguesa foi a que mais desceu em toda a Europa, pelo segundo dia consecutivo.

Governo admite "impactos" na economia
O ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, Marques Guedes, afirmou que "haverá seguramente" impactos da situação do Grupo Espírito Santo (GES) na economia portuguesa.

"Uma economia como a portuguesa ressente-se necessariamente de uma situação tão grave como aquela que atravessa um grande grupo económico como é o Grupo Espírito Santo [GES]", afirmou Marques Guedes, na conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Ministros, acrescentando que esse impacto "poderá ser maior ou menor" dependendo da "gravidade dessa situação" no GES.

"Haverá impactos para a economia? Haverá seguramente. Espero que a economia portuguesa tenha resiliência suficiente para poder reagir positivamente a mais este revés que, no fundo, não deixa de ser um revés bastante importante atendendo à dimensão do grupo económico que está em causa", advertiu.

Também o ministro da Economia, António Pires de Lima, assumiu esta quinta-feira que os problemas do BES são uma “adversidade” para a economia, mas insistiu que estão a ser vencidos desafios como o do crescimento económico e redução do desemprego.