30 jul, 2014 • Sandra Afonso
Confiança, transparência, tempo, independência e futuro são palavras-chave para Vítor Bento, o presidente executivo do Banco Espírito Santo (BES), que esta quarta-feira deverá apresentar prejuízos históricos.
Um dos principais desafios de Vítor Bento é recuperar a confiança dos investidores e depositantes, o pilar de qualquer instituição financeira. Garantir a quem tem dinheiro no BES que este está seguro e aos investidores que o banco continua a ser uma boa opção. Desta forma fica assegurado financiamento privado, caso seja necessário um novo aumento de capital.
Para isso chegamos à segunda palavra chave, a transparência. A nova administração esteve a analisar as contas entregues pelo antecessor Ricardo Salgado, antes da apresentação dos resultados do primeiro semestre. Mas é conhecida a vontade de Vítor Bento de não ficar por aqui, e avançar com uma auditoria externa ao banco.
Vítor Bento tem uma enorme desvantagem, o tempo. Praticamente não tem margem de manobra para se preparar para os testes de "stress", que desta vez são feitos pelo Banco Central Europeu (BCE), e nunca como agora foi tão importante para o banco tirar a melhor nota possível.
Por outro lado, o novo homem forte do BES conta nesta fase com um trunfo, a independência com que chega à administração, face à anterior gestão, de cariz familiar, e sob a qual recai agora o ónus da crise.
Por fim, é esperada de Vítor Bento uma nova visão para o futuro da instituição, que pode passar por alterações no modelo de gestão, mas que assentem em ideias novas, que permitam recuperar as perdas e tragam dinheiro fresco para o banco.