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Acções do BES em queda com previsão de elevados prejuízos

29 jul, 2014

O economista João Duque aponta as razões para o buraco de quase três mil milhões de euros, mas diz acreditar que não há qualquer risco para os depósitos.

As acções do BES encontram-se em queda acentuada, no momento em que são antecipados elevados prejuízos. Esta manhã, os títulos do Banco Espírito Santo já estiveram a perder 9%.

Entretanto, o Banco de Portugal deixa uma mensagem de tranquilidade, mas admite que o BES pode precisar de mais dinheiro. O regulador insiste que a solução passa pelos privados.

Em comunicado, o Banco de Portugal reage assim às contas avançadas pelo jornal “Expresso”, segundo o qual o BES poderá fechar o primeiro semestre com prejuízos de três mil milhões de euros, valor recorde na banca nacional.

Trata-se de um valor acima da almofada criada para cobrir a exposição ao grupo, mas o organismo liderado por Carlos Costa lembra que existem soluções para fazer face a esta eventualidade.

Na análise do economista João Duque, ouvido pela Renascença, estes elementos indiciam não estar em causa a segurança do banco e seus depositantes. Duque começa por adiantar as razões de um previsível elevado prejuízo no BES: “Estes três mil milhões resultam de uma exposição grande do banco às dívidas emitidas, papel comercial e outro tipo de dívidas emitidas pelo Banco Espírito Santo.”

“Temos ainda aquele que foi vendido e o que foi vendido nos seus balcões, e o banco vai indemnizar os clientes privados para que não seja usado, e ainda a exposição ao Banco Espírito Santo Angola, cuja garantia dada pelo Estado angolano pode não ser suficiente para levar a que as autoridades governamentais, nomeadamente o Banco de Portugal e os auditores, achem que seja confortável, e portanto há que provisionar", acrescenta.

“De qualquer das formas, o prejuízo é um apuramento contabilístico e portanto não está em causa o cumprimento e solvabilidade do banco no que diz respeito aos depósitos”, remata.