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Espírito Santo Financial Group pede protecção contra credores

24 jul, 2014

Holding do Grupo Espírito Santo admite que que não está em "condições de cumprir as suas obrigações".

O Espírito Santo Financial Group (ESFG) apresentou, esta quinta-feira, um pedido de gestão controlada, ou seja, protecção contra credores, aos tribunais do Luxemburgo onde está sediado.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a ESFG justifica a decisão com “o facto de não estar em condições de cumprir as suas obrigações no âmbito do programa do papel comercial, nem as obrigações relacionadas com as suas dívidas”.

A gestão controlada, refere o comunicado, “é possível em situações em que existem perspectivas para os negócios da empresa que se encontra temporariamente em dificuldades e seja incapaz de cumprir as suas obrigações, de modo a permitir a sua restruturação”.

O Espírito Santo Financial Group sublinha que “este procedimento deverá facilitar uma alienação faseada dos seus activos servindo melhor os interesses de todos os credores”.

Este é o terceiro pedido de protecção contra credores apresentado por uma holding do Grupo Espírito Santo (GES). A Espírito Santo Internacional (ESI) e a Rio Forte também já tinham pedido gestão controlada às autoridades do Luxemburgo.

O Espírito Santo Financial Group, que esta semana foi retirado do índice PSI-20 da Bolsa de Lisboa, tinha admitido na quarta-feira que a exposição ao GES pode ultrapassar os 2,35 mil milhões de euros.

O pedido de protecção contra credores do ESFG acontece no dia em que o antigo presidente do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado, foi detido e ouvido na qualidade de arguido no âmbito do caso "Monte Branco".

Salgado pagou uma caução de três milhões de euros para ficar em liberdade. Segundo a Procuradoria-Geral da República, está em causa a "eventual prática de crimes de burla, abuso de confiança, falsificação e branqueamento de capitais".