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"É criminoso subir o salário mínimo", diz César das Neves

15 jul, 2014 • Raquel Abecasis

Teria "consequências dramáticas sobre os pobres", garante o economista em entrevista à Renascença.

"É criminoso subir o salário mínimo", diz César das Neves
João César das Neves, em entrevista no programa Terça à Noite, diz que o impacto da subida do salário mínimo já foi estudado por vários economistas e pode ter consequências negativas. Uma delas é que as empresas mais frágeis “vão abaixo e deixam no desemprego os mais frágeis”. Numa altura em que estamos com níveis de desemprego muito elevados esta decisão é "particularmente grave", sublinha o economista.

O tema está na agenda política há vários meses, mas para o economista João César das Neves "é criminoso subir o salário mínimo". Teria "consequências dramáticas sobre os pobres", diz à Renascença.

O professor da Universidade Católica explicou a sua tese em entrevista ao programa "Terça à Noite".

Alega que o impacto da subida do salário mínimo está estudado por vários economistas e que tem como consequência que as empresas mais frágeis "vão abaixo e deixam no desemprego os mais frágeis".
 
Este é um factor que sindicatos e Governo não levam em conta, acusa o economista, porque não lidam directamente com as pessoas que recebem o salário mínimo.

Defender os pobres
César das Neves diz mesmo que as suas preocupações não têm a ver com problemas orçamentais porque, afirma, o aumento do salário mínimo não tem impacto nas contas do Estado.

A que se deve, então, a sua posição? Com a defesa dos pobres, vinca. "As pessoas que não são pobres acham que aquilo tem impacto benéfico sobre os pobres, mas a pobreza é muito traiçoeira".

César das Neves diz que subir o salário mínimo seria particularmente grave numa altura em que Portugal regista níveis de desemprego muito elevados.

Nesta entrevista à Renascença, João César das Neves afirma também que o BES "pode ser o maior escândalo financeiro da história de Portugal".