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Crise do BES arrasta Wall Street e é manchete em todo o mundo

10 jul, 2014 • Filipe d’Avillez

A actual situação do Espírito Santo Financial Group levou à queda da bolsa em Wall Street e está nas manchetes dos principais "sites" de informação de economia do mundo.  

Crise do BES arrasta Wall Street e é manchete em todo o mundo
“Receios relativos ao Banco Espírito Santo, em Portugal, motivam vendas”. O título é o destaque do "site" do influente Financial Times e diz respeito às repercussões da crise do banco português ao nível mundial.

A bolsa americana está em queda, com os investidores a atribuir a responsabilidade à renovação do medo de uma nova crise bancária na Europa, começando em Portugal, mas a alargar-se para o resto do continente.

O efeito sobre Wall Street não foi directo. A crise do Espírito Santo Financial Group, que detém 25% do Banco Espírito Santo, levou a quedas na bolsa italiana e espanhola. Foi esse efeito dominó, e o medo de que não fique por aqui, que levou à reacção do lado de lá do Atlântico.

Em comentários ao "Financial Times", Peter Garnry, da Saxo Bank, disse mesmo que a situação do Espírito Santo “é mesmo o evento mais importante neste momento a ter impacto sobre os mercados de acções. Os investidores estão a vender ao desbarato as acções e as obrigações” do grupo português, refere.

Jim Reid, da Deutsche Bank diz, ao mesmo "site", que “as dificuldades da Espírito Santo levantam questões sobre a saúde real de bancos periféricos”.

 
Também o "Wall Street Journal" (WSJ) destaca no seu "site" a informação sobre o Espírito Santo. “Espírito Santo em espiral descendente com suspensão de acções” é a manchete do artigo.

O texto recorda que já em Dezembro o WSJ tinha alertado os seus leitores para dificuldades na empresa-mãe, a Espírito Santo International SA, e desconfiança sobre a forma como estava a angariar fundos e a avaliar os seus activos.




Por fim, a Bloomberg, outro "site" de grande influência no mundo dos mercados, noticia: “Credores do Espírito Santo duvidam de contenção sobre pagamentos falhados”. Noutra notícia, a Bloomberg dá conta do efeito da crise no banco português em Wall Street.

O artigo cita uma nota de um funcionário da empresa GMP Securities LLC, em Nova Iorque, para os clientes: “Caso a situação portuguesa continue a deteriorar-se”, a situação pode espalhar-se rapidamente para outros países. “Isto confirma que os esforços da União Europeia no sentido de quebrar a ligação entre o risco da dívida soberana e os respectivos sistemas bancários falhou.”