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CGTP alerta que o "pouco emprego" criado é precário

01 jul, 2014

A taxa de desemprego em Portugal voltou a recuar em Maio, para 14,3%, contra 14,6% em Abril, segundo o Eurostat.

O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, defende que a "esmagadora maioria" do "pouco emprego" criado é precário e mal remunerado e não existem garantias de uma baixa consistente da taxa de desemprego em Portugal.

"Aquilo que sabemos é que a esmagadora maioria do pouco emprego que foi criado é precário e mal remunerado. É um emprego que tão depressa é criado hoje como amanhã é destruído", advogou o sindicalista, que falava aos jornalistas no final de um encontro com uma delegação do PCP, na sede dos comunistas, em Lisboa.

Arménio Carlos comentava os dados desta manhã do Eurostat, que revela que a taxa de desemprego em Portugal voltou a recuar em maio, para 14,3%, contra 14,6% em Abril, menos 2,6 pontos percentuais do que um ano antes (16,9%), a segunda maior descida homóloga da União Europeia.

"O combate ao desemprego promove-se com o crescimento económico e o desenvolvimento do país, mas não só com isso: promove-se também com uma aposta na qualidade do emprego, com justas remunerações, estabilidade e segurança", alerta o secretário-geral da CGTP, para quem os dados de hoje "não correspondem" ao que o país precisa.

"Quando agora nos dizem que há uma ligeira diminuição do desemprego isso não corresponde de forma nenhuma àquilo que precisamos. Está associado à emigração, aos que ficaram desencorajados e deixaram de constar dos mapas de desempregados e também aos outros desempregados que estão a ser colocados em serviços públicos durante alguns meses, no máximo um ano, e depois voltam novamente ao desemprego", reforçou Arménio Carlos.

De acordo com os dados avançados pelogabinete oficial de estatísticas da UE, o desemprego tem estado assim a recuar de forma ininterrupta em Portugal no corrente ano, ainda que com ligeiras descidas, pois era de 15% em Janeiro, 14,9% em Fevereiro, 14,8% em Março e 14,6% em Abril.