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João Moreira Rato

Aumentos de impostos é “uma possibilidade” face ao chumbo do Constitucional

17 jun, 2014

Presidente do IGCP reafirma que os investidores preferem um "mix" que tenha mais a ver com um corte da despesa do que aumentos de impostos, mas que os chumbos do TC estão a dificultar.

A alternativa aos chumbos do Tribunal Constitucional poderá passar pelo aumento de impostos. É o que admitem os investidores internacionais, garantiu esta terça-feira o presidente do Instituto de Gestão do Crédito Público (IGCP).

João Moreira Rato diz que os investidores preferem ajustamentos feitos à conta do corte da despesa, mas que as decisões dos juízes do Constitucional não têm deixado grandes alternativas.

“Os investidores preferem um 'mix' que tenha mais a ver com um corte da despesa do que aumentos de impostos. Agora, eles têm visto que esse 'mix' tem vindo a mudar em reacção a algumas das decisões do Tribunal Constitucional – isso não é novo. Eles já viram isso acontecer, mas antecipam essa possibilidade e imaginam que isso [aumento de impostos] seja uma possibilidade”, disse.

Numa conferência sobre "O ajustamento económico português e o acesso aos mercados", que se realizou em Lisboa, o presidente do IGCP reconheceu que as decisões do Tribunal Constitucional geram incertezas nos mercados o que se traduzem em taxas de juro mais elevadas.

Admitindo que o ideal seria não estarmos nesta situação, João Moreira Rato revelou que a agência de rating Moody’s está a preparar-se para actualizar a nota de Portugal, mas que isso vai depender da decisão do Constitucional.

João Moreira Rato revelou ainda que por causa de Portugal ter abdicado do último cheque da "troika", no valor de 2,6 mil milhões de euros, o IGCP irá levar a cabo mais emissões de dívida pública porque a "almofada financeira" foi reduzida.