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Apoio europeu e almofada financeira permitem "saída limpa"

04 mai, 2014

"O 17 de Maio de 2014 ficará na história como o dia de homenagem a todos os portugueses", declarou Passos Coelho.

Apoio europeu e almofada financeira permitem "saída limpa"
Primeiro-ministro anunciou que o país vai concluir o plano da "troika" e regressar aos mercados sem qualquer programa cautelar. Numa intervenção de cerca de 12 minutos, o primeiro-ministro explicou que esta opção pelo regresso sem rede aos mercados "está alicerçada no apoio dos nossos parceiros europeus". Ao seu lado, o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, ia anuindo com a cabeça. "O 17 de Maio de 2014 ficará na história como o dia de homenagem a todos os portugueses", declarou Passos Coelho.

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, anunciou esta noite a saída limpa do programa de resgate da “troika”.

"O Governo decidiu hoje, em conselho de ministros, que sairemos do programa da ‘troika’ sem qualquer programa cautelar. Decidimos que esta é a escolha certa na altura certa", afirmou Pedro Passos Coelho, numa declaração ao país, realizada a partir da residência oficial, em São Bento, acompanhado por todos os ministros do Governo de coligação PSD/CDS, à excepção da ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, que se fez representar pelo secretário de Estado José Diogo Albuquerque.

Numa intervenção que durou cerca de 12 minutos, o primeiro-ministro explicou que esta opção pelo regresso sem rede aos mercados "está alicerçada no apoio dos nossos parceiros europeus". Ao seu lado, o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, ia anuindo com a cabeça.

Como rede de segurança e "almofada" para esta saída limpa, Passos Coelho afirmou que Portugal tem "reservas financeiras para um ano”, ou seja, o país pode estar um ano sem ir aos mercados contrair novos empréstimos.

Portugal tem uma "almofada financeira" de 15 mil milhões de euros, excluindo o montante consignado à banca que ainda não foi utilizado, segundo informações prestadas à Lusa pelo IGCP, a agência que gere a dívida pública portuguesa.

Passos Coelho destacou também a recuperação da confiança dos investidores e a existência de excedentes externos e garantiu a manutenção do caminho de rigor das contas públicas.

A declaração ao país ficou ainda marcada por uma referência a obstáculos que possam surgir nos próximos tempos. "Sei que os portugueses saberão sempre responder de forma clara e inequívoca a quaisquer percepções externas negativas relacionadas com eventuais riscos internos, nomeadamente de natureza legal ou política", referiu o chefe do Governo.

"Homenagem aos portugueses" e críticas à oposição
Numa leitura dos últimos anos da história portuguesa, Passos Coelho afirmou que "infelizmente, quando foi preciso cumprir o programa" da "troika", a oposição não apoiou o Governo. "Foi a determinação extraordinária dos portugueses e de muitos parceiros sociais que nos fizeram superar os obstáculos", salientou.

O primeiro-ministro declarou que "foi para salvar o projecto político e consensual das últimas décadas que executámos um programa tão exigente e duro como estamos prestes a concluir. O colapso de 2011 foi tão grave que tivemos de tomar decisões difíceis". Argumentou que apesar de não ter pedido "o resgate",  foi o actual Governo que conseguiu "pôr de pé" outra vez o país.

Salientou que "todos os portugueses sofreram os efeitos dolorosos de uma crise que podia e devia ter sido evitada", nomeadamente desempregados, pensionistas, jovens e funcionários públicos.

No entanto, agora o país “está no caminho certo” e o 17 de Maio de 2014, data do fim do programa da “troika”, “ficará na história como o dia de homenagem a todos os portugueses", o "dia em que a nossa liberdade de decisão foi reconquistada por todos vós", declarou o primeiro-ministro.

Concluído o programa da "troika", Passos Coelho quer abrir uma nova página na vida dos portugueses, com mais e melhor emprego, alívio da carga fiscal, aumento dos rendimentos da população e mais oportunidades para os jovens.

De acordo com fonte do gabinete do primeiro-ministro, Passos avisou o secretário-geral do PS, António José Seguro, por telefone da decisão do Governo PSD/CDS-PP.

[notícia actualizada às 22h19]