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Confederação do Comércio rejeita descida de salários no privado

22 abr, 2014

O presidente da CCP considera que o mercado interno e a competitividade externa da economia saem a perder com a redução de salários.

A Confederação do Comércio e Serviços (CCP) rejeita a ideia de descida de salários no sector privado sugerida, mais uma vez, pelo FMI.

“O FMI associa a baixa de salários à competitividade externa da economia portuguesa, o que é um erro porque o tipo de produtos que exporta e aqueles que tem potencialidade para exportar não são produtos assentes no custo de mão-de-obra baixa”, sustenta o presidente da CCP, João Vieira Lopes.

O Fundo Monetário Internacional volta a colocar a questão da redução de salários nas conclusões da 11ª avaliação e penúltima avaliação do programa de ajustamento. Ouvido pela Renascença, João Vieira Lopes põe de parte a ideia e avança outro argumento.

“Salários excessivamente baixos em Portugal não criam condições de existência de um mercado interno aceitável que permita que muitas empresas funcionem”, afirma, lembrando que “das 420 mil empresas que existem no tecido empresarial português, cerca de 400 mil trabalham para o mercado interno”.

A descida de salários no sector privado continua a ser uma das medidas sugeridas pela “troika” para o equilíbrio das contas de Portugal. A ideia tem sido rejeitada por vários sectores, incluindo o Governo.