Emissão Renascença | Ouvir Online

Grupo de 74 economistas estrangeiros apoia “Manifesto dos 70”

20 mar, 2014

Documento assinado por nomes de renome internacional considera que a dívida pública "impôs o sofrimento social".

Há 74 economistas estrangeiros a apoiar o manifesto pela reestruturação da dívida portuguesa, incluindo especialistas de relevo em instituições internacionais como o FMI e Banco Mundial.

O texto é assinado por economistas de mais de 20 países, que dizem apoiar os esforços dos que em Portugal propõem a reestruturação da dívida pública.

Tal como o manifesto português, este documento defende a rejeição do que classifica como "recessão curativa". Lê-se que a dívida pública agravou a recessão, aumentou a dívida e impôs o sofrimento social, traduzido na quebra dos salários e das pensões.

Neste texto, revelado pelo "Público", é apontado um caminho: a reestruturação da dívida para garantir taxas de juro mais baixas mas por mais tempo, para que o esforço de pagamento seja compatível com uma dinâmica de crescimento, investimento e a criação de emprego. "São economistas, muitos com cargos de relevo em instituições internacionais como o FMI, editores de revistas científicas de economia e autores de livros e ensaios de referência na área", entre os quais Mark Blyth, da Universidade de Brown, nos Estados Unidos, autor do melhor livro de 2013 para o Financial Times, "Austeridade - A história de uma ideia perigosa", revela o jornal.

No passado dia 11 de Março, 70 personalidades portuguesas, da esquerda à direita, apelavam à reestruturação da dívida. Entre os signatários do documento estão nomes como Adriano Moreira, Bagão Félix Manuela Ferreira Leite, João Cravinho, Carvalho da Silva, Francisco Louçã, Ferro Rodrigues e Manuela Arcanjo.

O documento causou grande polémica com o Governo a rejeitar em absoluto as ideias apresentadas.

Jáo Presidente da República exonerou os dois consultores que assinaram o manifesto pela reestruturação da dívida. Armando Sevinate Pinto, ex-ministro da Agricultura, e Vítor Martins, ex-secretário de Estado dos Assuntos Europeus, eram consultores de Belém para a agricultura e assuntos Europeus, respectivamente.