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Penhoradas pensões de idosos que são fiadores de filhos desempregados

25 nov, 2013

Por dia, são penhorados 125 mil euros de pensões, num total arrecadado, até Novembro, de 39,5 milhões. Especialista aconselha a pedir ajuda a uma instituição e negociar um plano de pagamentos.

As penhoras de pensões de reforma, tanto da Segurança Social como da Caixa Geral de Aposentações, têm aumentado e este ano já vão em mais 17% do que no ano passado. As contas são apresentadas na edição desta segunda-feira do “Jornal de Negócios”.

De acordo com o jornal, são penhorados 125 mil euros de pensões por dia.

Grande parte dos casos são pensões de idosos que serviram de fiadores aos filhos e netos, que, uma vez desempregados, não têm condições de pagar as suas dívidas.

Noutros casos, são pessoas que, sujeitas aos cortes nas pensões e reformas e ao aumento de impostos, não conseguem agora cumprir todas as suas obrigações.

Há ainda o excesso de consumo.

“Nem têm noção dos créditos que os filhos fizeram”
O director do Gabinete de Orientação dos Consumidores do ISEG, João Calado, não estranha os números hoje conhecidos. Há cada vez mais pensionistas a procurar ajuda.

“É uma situação que se foi agravando. Os pais, alguns com certa idade, assumiram perante as instituições financeiras o papel de fiadores e agora estão com dificuldades porque os filhos, ao deixarem de pagar as suas prestações, entram numa situação de incumprimento”, explica.

“Essas pessoas, muitas vezes, nem têm noção dos créditos que os filhos fizeram e o que acontece é que entram em pânico, vêem-se numa situação muito complicada porque não têm possibilidades de pagar. Os filhos entram em incumprimento em prestações bastante elevadas para os rendimentos dos pais e é uma situação dramática”, esclarece ainda João Calado, em declarações à Renascença.

O especialista aconselha, por isso, o recurso a “uma instituição que os possa ajudar e criar um plano de pagamentos que seja minimamente viável”.


[Notícia actualizada às 10h30, com esclarecimentos de João Calado e correcção do título]