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UGT sente-se "apunhalada" pelo Governo

12 ago, 2013

Processo de rescisões na função pública continua a originar polémica.

UGT sente-se "apunhalada" pelo Governo

O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, considera que os sindicatos filiados na central foram “apunhalados pelas costas”, devido ao facto de o Governo ter enviado cartas aos funcionários públicos com propostas de rescisão.

Carlos Silva diz não compreender como pode verificar-se uma situação deste tipo “depois de haver uma negociação à mesa, no princípio da boa-fé”, concluindo que foi posto em causa “o princípio da boa-fé negocial”.

“Os sindicatos são apunhalados pelas costas com estas medidas. Há coisas que não são aceitáveis. Isso, mais uma vez, vem pôr em causa o bom relacionamento, o princípio da boa-fé negocial que os sindicatos - e eu falo dos sindicatos da UGT - têm posto em cima da mesa”, disse o responsável máximo da central, em declarações à margem do Fórum para o Desenvolvimento do Porto.

“Não é assim que se governa”, desabafou Carlos Silva, adiantando que, na próxima reunião de concertação social, a UGT terá a oportunidade de exprimir o seu desagrado.

Rejeitando o cenário de uma “verdadeira ditadura democrática”, o sindicalista diz esperar que “o Governo tenha o bom senso e a sensibilidade social para não continuar a fazer experimentalismo”, como tem feito “nos últimos dois anos”.

O objectivo do Governo é reduzir em 100 mil o número de funcionários públicos até ao final da legislatura. Para alcançar essa meta, o Executivo conta com a adesão às rescisões amigáveis, as novas regras da mobilidade especial, o aumento do horário de trabalho de 35 para as 40 horas semanais e com as reformas antecipadas.

No que diz respeito ao programa de rescisões de funcionários públicos, entre 1 de Setembro e 30 de Novembro, p.0ara efeitos de compensação serão oferecidos 1,5 meses de remuneração por ano de trabalho a quem tenha até 50 anos de idade. Entre os 50 e os 54 anos serão oferecidos 1,25 meses por ano e, entre os 55 e os 59 anos de idade o Estado propõe pagar um mês de remuneração por cada ano de trabalho.