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Particulares vão poder comprar obrigações do tesouro do Estado

21 jun, 2013 • Daniel Rosário, em Bruxelas

Vítor Gaspar considera que o aumento da poupança das famílias, devido ao programa de ajustamento, abre caminho a esta modalidade de poupança.

O ministro das Finanças português anunciou esta sexta-feira que os particulares vão poder subscrever obrigações do tesouro emitidas pelo Estado, sem dizer a partir de quando isso vai ser possível.

A novidade foi enquadrada num conjunto de mudanças na gestão da dívida, a serem anunciadas no início do segundo semestre deste ano. “É natural que os portugueses estejam à procura de formas alternativas de colocar as suas poupanças”, disse Vítor Gaspar, à margem de uma reunião dos ministros das Finanças da União Europeia (Ecofin) no Luxemburgo.

“Uma vez que a dívida pública portuguesa oferece taxas de remuneração que são muito atraentes relativamente a activos que tenham um perfil de risco comparável, julgo que, quando considerando a forma de colocar as suas poupanças, estas alternativas serão muito bem recebidas pelas famílias portuguesas”, afirmou.

O ministro explicou que se trata de uma medida possibilitada pelo facto de o ajustamento português se estar a caracterizar por um aumento da poupança das famílias.

“A sociedade portuguesa não está arruinada, as famílias portuguesas têm aumentado a sua taxa de poupança. A capacidade das famílias portuguesas para deterem instrumentos de poupança é substancialmente maior do que no passado recente.”

Vítor Gaspar associou igualmente esta medida à extensão das maturidades dos empréstimos europeus recebidos por Portugal, decidida esta sexta-feira no Luxemburgo pelos ministros das Finanças dos 27. O processo fica definitivamente encerrado na próxima segunda-feira.