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Formação de executivos

Católica sobe três posições em "ranking" mundial do "Financial Times"

13 mai, 2013 • Matilde Torres Pereira

A propósito da performance da escola portuguesa, a Renascença foi saber se ter formação superior abre ou não mais portas no mercado de trabalho.

A Católica-Lisbon School of Business and Economics subiu da 46ª para a 43ª posição do "ranking" global do Financial Times (FT) que avalia a formação de executivos. A escola de negócios da Católica é a única portuguesa no "top" 50 mundial e está entre as 20 melhores da União Europeia.

A performance da Católica surge numa altura em que o desemprego em Portugal bate novos recordes e em que também se discute se ter formação superior abre ou não mais portas no mercado de trabalho. "Havendo menos oportunidades, claro que isso também irá afectar os graduados. Dada a situação de recessão profunda em que o país está, parece-me pouco razoável pensar que isso não os afectasse também e que a licenciatura os imunizasse da dificuldade económica que existe", diz à Renascença o director da Católica-Lisbon.

Ainda assim, Francisco Veloso faz uma ressalva. "O ambiente económico afecta toda a gente nos seus vários níveis. Quando olhamos para o desemprego, temos de olhar para o qualificado e o não qualificado e o mais provável é que o desemprego qualificado, mesmo assim, seja menor relativamente ao desemprego desqualificado."

O INE confirma: a fatia da população desempregada com formação universitária é a menor em todo o espectro. Constitui 13,4% da população activa, enquanto os desempregados com ensino básico são 17,5% e com secundário já são 18,8%.

"Quando há uma dificuldade económica, toda a população é afectada e isso tem custos pessoais e familiares difíceis, mas não significa que, dentro do contexto, as qualificações e o ensino superior em particular não continuem a ser um instrumento de preparação e de criação de melhores oportunidades", defende Francisco Veloso.

Por outro lado, o director da Católica-Lisbon não receia a chamada "fuga de cérebros", isto numa fase em que a emigração é um fenómeno crescente. Apesar de sublinhar que "há oportunidades noutras geografias que os licenciados podem aproveitar", Francisco Veloso refere que as pessoas que saem podem voltar e, neste momento, se podem fazer uma melhor aplicação dos seus talentos fora é certamente melhor para eles e também para o país a médio prazo".

Francisco Veloso sustenta porquê. "Se olharmos para Irlanda, Israel e Índia, uma parte muito importante do desenvolvimento recente destes países está sempre na diáspora e na presença de pessoas extremamente qualificadas destes países em mercados altamente competitivos, como o norte-americano", argumenta.

"Quando falamos em desenvolvimento temos de olhar mais para a frente", prossegue Francisco Veloso. "No curto prazo, temos que encontrar formas de mitigar as dificuldades que muitas pessoas enfrentam, com um custo pessoal difícil e que não é de todo negligenciável."

Como se chega ao "Financial Times"?
O "ranking" global de formação para executivos do "Financial Times" compreende vários indicadores de avaliação e resulta da ponderação entre as "notas" dadas noutros dois "rankings": "programa aberto" e "programa customizado". "O facto de a Católica aparecer nestes dois 'rankings' e a combinação dos dois demonstra a seriedade do trabalho que estamos a fazer", considera Francisco Veloso, explicando do que se está a falar quando se distingue programa "aberto" de "customizado".

No primeiro, é oferecido, por exemplo, "um programa de finanças para não financeiros, em que a pessoa vê  'ah, este programa é interessante' e se inscreve". No segundo, "é uma empresa que quer formar as pessoas numa determinada área e diz 'eu gostaria de dar formação aos meus quadros e gostaria que vocês idealizassem um programa em função destes requisitos que estou aqui a colocar'".

"Nós desenhamos um programa à medida dessa empresa e é ministrado aos quadros dessa empresa", descreve o director da Católica-Lisbon, que aponta a procura crescente deste tipo de cursos. "Há uma tendência geral de maior interesse e assertividade das empresas para procurarem programas muito dedicados a nível internacional."

Nas tabelas do "Financial Times", divulgadas esta segunda-feira, são avaliadas 70 escolas de negócios. A Católica-Lisbon é a única escola portuguesa no "ranking" global que combina a formação aberta e customizada - no ano passado, a Nova estava na 47ª posição global, mas saiu do "top" 50 este ano.

A Porto Business School (PBS), da Universidade do Porto, aparece em 59º lugar no "ranking" de formação customizada e em 68º no que toca a programas abertos. Nesta última categoria, a Nova School of Business and Economics surge em 58º lugar.

O "ranking" global é liderado pela HEC Paris. A espanhola IESE é segunda e os suíços do IMD são terceiros.