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Barroso diz que política de austeridade “atingiu os seus limites”

22 abr, 2013 • Daniel Rosário, em Bruxelas

Chefe do executivo comunitário reconhece erros na política defendida pela União Europeia para os países resgatados.

Barroso diz que política de austeridade “atingiu os seus limites”
O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, afirmou, esta segunda-feira, que, apesar de a política seguida nos países em ajustamento, como Portugal, estar correcta na teoria, “ela atingiu os seus limites em muitos aspectos”.

“Porquê?", questionou, retoricamente, Barroso, para dar, de seguida, a resposta: "Porque uma política, para ter êxito, não pode apenas estar bem desenhada, tem que ter um apoio político e social mínimo. Sei que há conselheiros tecnocratas que nos dizem qual o melhor modelo, mas que quando perguntamos como o implementar, dizem que isso já não é com eles”.

“Isto não pode acontecer ao nível europeu. Precisamos de uma política que seja correcta, mas, ao mesmo tempo, precisamos ter os meios para a sua implementação e da sua aceitação política e social. E foi aqui que penso que não fizemos tudo bem”, concluiu o presidente da Comissão Europeia, durante uma conferência sobre "Federalismo ou fragmentação", em Bruxelas.

Durão Barroso insistiu na ideia mais tarde, afirmando que “politica e socialmente, uma política que é apenas vista como austeridade é claro que não é sustentável”.

“Por isso é que temos de combinar a correcção indispensável dos enormes défices e dívidas com uma ênfase mais forte no crescimento e nas medidas para o crescimento a curto prazo. Temos dito isto, mas provavelmente temos que dizê-lo de forma mais clara. Senão, mesmo que a política de correcção do défice seja correcta, politicamente e socialmente ela não será sustentável”, finalizou.