25 mar, 2013
O presidente do Eurogrupo emitiu um comunicado de quatro linhas na sequência de declarações polémicas que fez sobre o resgate a Chipre. Depois de ter dito que as medidas acordadas entre a "troika" e os cipriotas podem ser replicadas noutros países com problemas na banca, Jeroen Dijsselbloem escreve agora que "Chipre é um caso específico".
"Os programas de ajustamento macroeconómicos são feitos à medida da situação de cada país e não são usados modelos" pré-definidos, aponta o comunicado. "Chipre é um caso específico com desafios excepcionais que exigem as medidas de resgate que foram acordadas", lê-se ainda. E o texto fica-se por aqui.
O comunicado não faz referências à entrevista concedida por Dijsselbloem à Reuters e que está a agitar a Europa. As reacções críticas têm-se sucedido e a banca europeia apresentou quedas nos mercados bolsistas.
Na entrevista à Reuters, Jeroen Dijsselbloem admitiu que as medidas encontradas para Chipre podem ser replicadas noutros países. "Se houver risco num banco, a nossa primeira questão deve ser: o que estão a fazer em relação a isso? O que podem fazer para se recapitalizarem? Se o banco não o puder fazer, então vamos falar com os accionistas e os obrigacionistas, vamos pedir-lhes para contribuírem para recapitalizar o banco e, se necessário, aos detentores de depósitos não garantidos", afirmou Jeroen Dijsselbloem.
A "troika" aceitou emprestar 10 mil milhões de euros a Chipre, que em contrapartida aceitou aplicar um conjunto de medidas, incluindo perdas de 30% para quem tiver depósitos bancários acima de 100 mil euros.
O Eurogrupo é a instituição que reúne os ministros da Economia e das Finanças dos países do euro, a moeda única.