Eurogrupo diz que medidas acordadas para Chipre podem ser usadas noutros países
25 mar, 2013
Plano de ajuda prevê perdas de 30% para depósitos bancários acima de 100 mil euros. Jeroen Dijsselbloem refere que Chipre pode não ser caso único no futuro.
A solução encontrada para Chipre pode ser replicada noutros países com problemas na banca. A hipótese foi admitida pelo líder do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, em entrevista à agência Reuters.
"Se houver risco num banco, a nossa primeira questão deve ser: o que estão a fazer em relação a isso? O que podem fazer para se recapitalizarem? Se o banco não o puder fazer, então vamos falar com os accionistas e os obrigacionistas, vamos pedir-lhes para contribuírem para recapitalizar o banco e, se necessário, aos detentores de depósitos não garantidos", afirmou Jeroen Dijsselbloem.
"Se quisermos ter um sector financeiro saudável e sólido, o único caminho é dizer 'olhem, se correrem riscos devem lidar com eles e se não conseguem lidar com eles, então não devem correr riscos", acrescentou.
Para o líder do Eurogrupo, a decisão aplicada a Chipre "vai obrigar todas as instituições financeiras, bem como os investidores, a pensarem sobre os riscos que estão a correr, porque agora terão de perceber que isso pode afectá-los".
Na última madrugada, a "troika" aceitou emprestar 10 mil milhões de euros a Chipre, que em contrapartida aceitou aplicar um conjunto de medidas, incluindo uma perda de 30% para quem tem depósitos bancários acima de 100 mil euros.
O presidente da Grécia, país que também está sob resgate, diz que este acordo é "inadmissível", porque não trata os cidadãos de forma igual. Para Carolos Papoulias, estas condições são discriminatórias, defendendo ainda que a União Europeia deveria ser um "abrigo para os débeis", em vez de "seleccionar as vítimas segundo critérios que apenas ela conhece".
[artigo corrigido às 19h49]