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Economista teme que número de desempregados ultrapasse o milhão e meio

15 mar, 2013

Eugénio Rosa acrescenta aos números oficiais pessoas que já não procuram emprego ou vivem de pequenos biscates.

No fim do ano Portugal deverá ter mais de milhão e meio de desempregados, segundo previsão do economista Eugénio Rosa.

Com base na estimativa de desemprego oficial apontada esta sexta-feira pelo ministro das Finanças, Vitor Gaspar, na apresentação dos resultados da sétima avaliação da “troika”, o economista fez as contas e concluiu que no final de 2013, a taxa de desemprego real será superior a 27% e as pessoas sem trabalho serão mais de um milhão e quinhentas mil.

“O que ele [Vítor Gaspar] disse foi que no fim de 2013 o Governo prevê uma taxa de desemprego oficial de 19% e isto corresponde a um milhão e 36 mil desempregados, mas há muitos desempregados que não estão nas estatísticas oficiais. No período em que se fez o inquérito não procuraram emprego ou desempregados que fizeram pequenos biscates. Se nós somarmos estes números aos números previstos pelo ministro das Finanças que no fim de 2013 o desemprego deverá atingir um milhão 577 mil portugueses, o que corresponde a uma taxa efectiva de desemprego de 27,2%”, disse.

Eugénio Rosa considera que a situação é dramática, tanto mais que o ministro não apresentou medidas que promovam o investimento e criem emprego. Além de tudo, só um quarto dos desempregados tem acesso a subsídio. Perdem todos: os cidadãos, o Estado e a Segurança Social.

“Grande parte das empresas não aguentam isto e representa mais desemprego. São empresas destruídas e trabalhadores que são lançados no desemprego. Isto cria problemas de sustentabilidade financeira para a Segurança Social e para o próprio Estado. O problema do défice vai-se agravar”, acrescenta.

O economista acrescenta que apesar de apenas um em cada quatro portugueses receber o subsídio de desemprego, em 2012 gastou-se 2.5 mil milhões de euros.