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Papa não quis ralhar com a Cúria. "Apelou à conversão"

23 dez, 2014 • Raquel Abecasis

Provincial dos jesuítas em Portugal identifica nas palavras de Francisco a força do Evangelho e um exercício de liberdade.

Papa não quis ralhar com a Cúria. "Apelou à conversão"
Ao apontar as 15 “doenças” da Cúria Romana o Papa Francisco não quis, sobretudo, "dar uma reprimenda aos cardeais do Vaticano", mas apelar "à conversão de qualquer cristão", afirma o provincial dos jesuítas em Portugal. Em entrevista ao programa "Terça à Noite" da Renascença, o padre José Frazão Correia defende que no Natal devemos valorizar "uma manifestação inesperada de um amor que nos supera e que se reconhece no quotidiano".

Ao apontar as 15 “doenças” da Cúria Romana o Papa não quis, antes de mais, "dar uma reprimenda aos cardeais do Vaticano", mas apelar "à conversão de qualquer cristão", afirma o provincial dos jesuítas em Portugal.

Em entrevista ao programa "Terça à Noite" da Renascença, o padre José Frazão Correia “não vê, sobretudo, 15 reprimendas”, diz antes que perante aquele discurso, "que qualquer pessoa muito culta ou analfabeta percebe", o Papa Francisco está a fazer um exercício de liberdade.

"Eu reconheço, ali, a força do Evangelho. Não vejo alguém que se sente superior e que quer dar uma palmada a quem se portou mal, mas vejo alguém que da liberdade do Evangelho nasce uma ousadia impensável noutros casos, porque sem esta liberdade o que vem logo à frente é: 'vão aceitar bem ou mal, o que vão achar de mim', vem logo toda a má artilharia que acaba por tirar a força ao Evangelho", sublinha o provicional dos jesuítas.

Do "Alzheimer espiritual" à "divinização dos chefes", o Papa Francisco identificou, esta segunda-feira, 15 "doenças" na Cúria Romana e falou sobre todas num discurso perante os cardeais, bispos e monsenhores que trabalham no Vaticano.

Em entrevista ao programa "Terça à Noite" da Renascença, o padre José Frazão Correia falou do pontificado do Papa Francisco e da Companhia de Jesus em Portugal. O provincial dos jesuítas disse, também, que nesta época de Natal não devemos valorizar "uma atitude acusatória do que falta, do que devia ser". Devemos antes valorizar "uma manifestação inesperada de um amor que nos supera e que se reconhece no quotidiano".