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Carlos César acha que Seguro fala de mais e não tem equipa

12 fev, 2014 • Raquel Abecasis

Numa análise muito crítica à actual prestação da liderança socialista, Carlos César diz não se rever no rumo que tem sido seguido, apesar de ter votado em Seguro no último congresso.

Carlos César acha que Seguro fala de mais e não tem equipa
Numa análise muito crítica à actual prestação da liderança socialista, Carlos César diz não se rever no rumo que o PS tem seguido, apesar de ter votado em Seguro no último congresso. Em entrevista ao programa Terça à Noite, o ex-presidente do Governo Regional dos Açores confirma ainda ter sido convidado por Seguro para encabeçar a lista socialista às eleições europeias e ter rejeitado o convite.
O ex-presidente do Governo Regional dos Açores acha que é duvidoso que “o secretário-geral do Partido Socialista e candidato a primeiro-ministro deva falar sobre tudo e durante todo o tempo, porque suscita a necessidade de, sendo assim, pronunciar-se sobre as mais exóticas matérias, que talvez não caibam a uma liderança, mas que podem caber a colaboradores, desde que eles existam e tenham qualidade para isso. São esses os problemas que o Partido Socialista tem que resolver e que ainda não tem resolvidos”.

Numa análise muito crítica à actual prestação da liderança socialista, Carlos César diz não se rever no rumo que tem sido seguido, apesar de ter votado em Seguro no último congresso.

Em entrevista ao "Terça à Noite", da Renascença, o ex-presidente do Governo Regional dos Açores afirma que as eleições europeias “vão aferir da credibilidade do PS” e acha que o partido deve ter um resultado expressivo, caso contrário acha que deve ser reaberta a questão da liderança.

“Nas eleições será julgado o Governo e a oposição e, portanto, teremos de ter conclusões. Não podemos excluir que se houvesse uma situação de anormalidade em que o PS não obtivesse um bom resultado nas eleições europeias, evidentemente que essa questão se deveria ser colocada no mínimo”, considera Carlos César, acrescentando ter "disponibilidade para ajudar e colaborar com muitas pessoas, que têm excelentes qualidades, para o mais alto desempenho ao nível do PS e do país”.

Afirma ainda que o PS tem sido “demasiado oponente e pouco proponente”, considerando que “o Partido Socialista não deve pensar que não se pode sentar à mesma mesa com um partido por causa dos valores desse partido, deve fazê-lo com base na defesa dos seus valores”.

“O diálogo interpartidário, a procura de um sentido minimamente comum nesta fase de emergência portuguesa é muito importante, porque não estamos a viver uma situação boa no país, estamos numa situação dramática”, sublinha o socialista açoriano. 

Nesta entrevista, em que confirmou ter sido convidado por Seguro para integrar a lista socialista às eleições europeias e ter rejeitado o convite, Carlos César diz que deve haver uma grande preocupação na escolha do candidato socialista porque “o perfil do candidato deve significar perante os portugueses a confirmação ou o indício muito forte da capacidade de expansão e de renovação do partido socialista”.