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Sínodo para a Família

Relatório intermédio do sínodo destaca divorciados e homossexuais

13 out, 2014 • Aura Miguel, em Roma, e Filipe d’Avillez

O Cardeal Erdö apresentou, esta segunda-feira, um relatório intercalar com os principais pontos de discussão, que serão agora debatidos em grupos linguísticos.

Relatório intermédio do sínodo destaca divorciados e homossexuais
Um terço do relatório apresentado esta segunda-feira no sínodo para a família - e que vai ser discutido agora em trabalhos de grupo - refere-se ao confronto sobre alguns temas com perspectivas pastorais diferentes.

Sobre o acesso aos sacramentos das pessoas em uniões irregulares, o relatório confirma que há argumentos a favor da disciplina actual e argumentos a favor de uma maior abertura.

Segundo a disciplina actual, quem está numa situação dessas, ou seja, os divorciados que voltaram a casar pelo civil, ou as pessoas que vivem em união de facto, sem casar pela Igreja, por exemplo, não podem confessar-se nem comungar.

Quem defende uma alteração desta realidade considera que o eventual acesso aos sacramentos devera ser analisado caso a caso e precedido de um caminho penitencial, sob a responsabilidade do bispo diocesano.

Os bispos diocesanos, aliás, poderão ficar com mais poderes também quanto aos processos de nulidade, que actualmente devem ir sempre a tribunal canónico de primeira e segunda instância.

Por enquanto, nada disto está decidido, trata-se apenas de sugestões agora resumidas do que têm sido discutidas nestes dias e cuja discussão se prolongará certamente até ao próximo sínodo de 2015.

A propósito dos homossexuais – e aqui há consenso – a Igreja reafirma que as uniões homossexuais não podem ser equiparadas ao casamento entre homem e mulher, nem é aceitável pressionar os pastores sobre o assunto, ou fazer depender as ajudas financeiras das organizações internacionais da aplicação de normas inspiradas pela "ideologia do género".

O relatório reconhece também, a propósito dos métodos naturais, que é preciso usar uma linguagem realista e adequada para se redescobrir a importância da encíclica "Humanae Vitae". Com os métodos naturais de planeamento familiar o casal aprende a determinar qual é o período fértil da mulher, uma vez que o homem, por natureza, está sempre fértil, e a evitar ter relações nessa altura, caso não pretendam engravidar, ou então a ter relações nessa altura caso queiram.

Estes métodos são aceites pela Igreja uma vez que não impedem artificialmente a fertilidade natural do homem ou da mulher, como fazem os contraceptivos.

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