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Ribeiro Cristóvão

Não chores, Argentina

14 jul, 2014 • Ribeiro Cristóvão

Afinal, alemães e argentinos foram capazes de oferecer a todo o mundo um espectáculo empolgante, a final que o inesquecível mundial do Brasil tanto fez por merecer. Ganhou a selecção germânica como poderia ter vencido o representante do país das pampas.

Afinal, contrariando a grande maioria das previsões que correram um pouco todo o mundo, a Argentina acabou não sendo muito inferior ao seu companheiro de final da Copa brasileira, antes obrigando aqueles que eram considerados como os panzers alemães a bater-se até ao último minuto de um prolongamento dramático, para aí poderem ganhar a sua quarta Taça.

Antes do empolgante desafio do Maracanã havia dúvidas quanto à sua qualidade, mesmo ressalvando o grande potencial que era evidente em todos os participantes. 

É que um jogo com estas características nunca é muito fiável nesse aspecto, sabendo-se que é nesse espaço que tudo se decide, e que um simples pormenor pode fazer pender o título para qualquer dos lados. Daí, as cautelas com que todos encaram esses momentos decisivos.

Afinal, alemães e argentinos foram capazes de oferecer a todo o mundo um espectáculo empolgante, a final que o inesquecível mundial do Brasil tanto fez por merecer. Ganhou a selecção germânica como poderia ter vencido o representante do país das pampas. 

Mas, mesmo apesar dessa paridade, o título assenta bem àqueles que arrancaram como primeiros favoritos e que, ao longo dos sete jogos que disputaram raramente colocaram em dúvida essa premonição.

Também os argentinos merecem um brinde especial. Mesmo não tendo começado bem, foram capazes de, progressivamente, ir melhorando a sua qualidade até atingir a final com inteiro merecimento.

No balanço da festa brasileira, há apenas algum brilho que perde intensidade quando se nos deparam prémios instituídos pela Fifa, o primeiro dos quais considerando Messi o melhor jogador do torneio. Apesar de não se poder colocar em dúvida a enorme qualidade da estrela argentina, este prémio tem o sabor de uma certa compensação, cujos motivos não são fáceis de descortinar.

Terminado o Mundial, os balanços vão entretanto continuar a ser feitos um pouco por todo o lado, portanto, também em Portugal.

Esperemos, pois, que as notícias saiam dos gabinetes federativos para que tomemos conhecimento de muitas coisas que por agora se mantêm no segredo dos deuses.