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Ribeiro Cristóvão

O fim do pesadelo

18 jun, 2014 • Ribeiro Cristóvão

Uma pobre selecção que foi campeã da Europa, por duas vezes consecutivas, e do Mundo há quatro anos, deixou no Brasil uma imagem do que vale o seu futebol actual, ficando à vista carências que pedem, a partir de agora, uma revolução geracional inevitável.

A presença da selecção espanhola no campeonato do mundo de futebol começou cedo a transformar-se num pesadelo que atingiu esta noite o ponto de ruptura.

Depois do vexame frente à Holanda, a Espanha caiu hoje, de novo, aos pés do Chile que nem precisou de fazer uma exibição do outro mundo.

Uma pobre selecção que foi campeã da Europa, por duas vezes consecutivas, e do Mundo há quatro anos, deixou no Brasil uma imagem do que vale o seu futebol actual, ficando à vista carências que pedem, a partir de agora, uma revolução geracional inevitável.

Vicente de Bosque, o seleccionador que a máquina também acaba de devorar, não conseguiu dar à equipa a força física de que se mostrou sempre tão carente, nem tecnicamente foi capaz de superar as carências que o debilitado Barcelona parece ter transmitido à sua selecção.

Resta agora cumprir o que falta do calendário e disputar o desafio contra a outra selecção também já afastada deste campeonato, a Austrália esta, apesar de tudo, com um comportamento bem mais positivo

Depois será o regresso a casa estranhamente antecipado, e o início do debate sobre o fim de um ciclo, que vai ser longo e não deixará de ser sério, para que o sucesso dos clubes espanhóis, a nível internacional, não venha também a ser beliscado.

No dia em que o reinado de João Carlos cede lugar ao seu jovem filho Filipe, uma mudança da coroa espanhola que o tempo tornou irreversível, o futebol espanhol desce também do seu pedestal para iniciar um novo curso e tentar o regresso às conquistas.

Mas não tenhamos dúvidas: vai ser um percurso longo e muito difícil.