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Ribeiro Cristóvão

Um rombo no muro

07 mai, 2015 • Ribeiro Cristóvão

Guardiola veio a morrer às mãos do monstro que ajudou a criar ao não ter sido capaz de encontrar, na sua equipa, alguém com capacidade para anular a magia de Messi. Teremos então, de novo, uma final espanhola?

Muitos não terão levado totalmente a sério a afirmação de Pep Guardiola para quem Lionel Messi é um jogador imparável.

À primeira vista, poderia tratar-se apenas de uma declaração de circunstância destinada a chamar a atenção dos seus próprios jogadores para os problemas que o astro argentino poderia vir a causar-lhes na primeira parte de uma eliminatória que se adivinhava empolgante.

Afinal, veio mesmo a acontecer aquilo que o treinador dos germânicos tanto parecia temer. Utilizando uma curiosa expressão de um diário do país vizinho, Guardiola veio a morrer às mãos do monstro que ajudou a criar.

Ele, que tão bem conhece Messi, não foi afinal capaz de encontrar na sua equipa alguém com capacidade para anular a sua criatividade e a magia que transformou em golos, colocando Camp Nou em delírio e ficando assim com um pé e meio próximo do muro de Berlim que, seguramente, tem possibilidade de derrubar, independentemente do adversário que vier a ter pela frente.

Num jogo de estrelas, algumas das quais brilharam intensamente, o Barcelona foi mais forte e alcançou uma vantagem que faz adivinhar alguma segurança para o desafio de retorno, daqui por uma semana.

Depois do que se viu nestes dois últimos dias, é legítimo perguntar se teremos então, de novo, uma final espanhola, como aconteceu no ano passado em Lisboa. É bem possível que sim, mas sem colocar cautelosamente de lado a ideia de que cabe ao Real Madrid fazer muito mais do que aquilo que agora se exige ao seu rival da Catalunha.