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Francisco Sarsfield Cabral

Um embargo irracional

19 dez, 2014 • Francisco Sarsfield Cabral

O embargo serviu e serve de alibi para os irmãos Castro justificarem a pobreza cubana, assumindo-se como David contra o Golias americano.

O restabelecimento de relações diplomáticas entre os Estados Unidos e Cuba, acompanhado pele troca de prisioneiros, é um importante passo positivo. Para o qual contribuíram a diplomacia do Vaticano (agora dirigida por um Papa argentino) e o Canadá.

Mas continua o embargo económico, comercial e financeiro imposto pelos EUA a Cuba em 1962, apesar de Obama o querer eliminar. E não só Obama: muitos conservadores criticam o embargo. Trata-se de uma medida teoricamente punitiva para a ditadura castrista, mas que, afinal, ajudou esta ditadura à custa do povo cubano. O embargo serviu e serve de alibi para os irmãos Castro justificarem a pobreza cubana, assumindo-se como David contra o Golias americano.

A maioria republicana do Congresso de Washington não gostou do reatamento das relações diplomáticas com Cuba e não permitirá levantar o embargo. Essencialmente por motivos de política interna: para não desagradar aos exilados cubanos e seus descendentes, na sua maioria vivendo na Flórida. Por isso manter-se-á o mais irracional e antigo embargo da história.