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Francisco Sarsfield Cabral

Coordenar políticas

21 out, 2014 • Francisco Sarsfield Cabral

Importante seria, como recentemente disse Draghi, que os países que o pudessem fazer (Portugal não pode) estimulassem a suas economias.

O crescimento do PIB português de 1,5% previsto no OE para 2015 suscita dúvidas. É visível o abrandamento económico na zona euro, agora praticamente estagnada e sob ameaça de deflação (descida continuada dos preços).

Relançar a economia europeia e flexibilizar a austeridade é exigência encabeçada sobretudo pela França e pela Itália. Não se trata apenas de adiar metas dos défices orçamentais ou de retirar despesas de investimento para efeitos de “défice excessivo”. Importante seria, como recentemente disse Draghi, que os países que o pudessem fazer (Portugal não pode) estimulassem a suas economias.

É sobretudo o caso da Alemanha. Teria sentido, no próprio interesse dos alemães, o Estado germânico investir mais em infra-estruturas e noutros bens públicos, muitos das quais estão obsoletos. Um exemplo: dos 254 aviões da Luftwaffe apenas 150 estão em condições de voar. Só que o governo de Berlim quer ter as contas públicas equilibradas, sem défice, em 2015. Ora a coordenação de políticas na zona euro não pode limitar-se à vigilância orçamental, como agora acontece.