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Francisco Sarsfield Cabral

O Islão e a democracia

31 jul, 2014 • Francisco Sarsfield Cabral

Neste quadro decepcionante surge uma ténue esperança: talvez o Irão acabe por ceder às pressões ocidentais em matéria nuclear.

Há doze anos, os neoconservadores americanos convenceram George W. Bush a espalhar a democracia no mundo à bomba. Mas o Iraque é hoje um país em vias de se fragmentar, envolvido em conflitos religiosos sectários e parcialmente ocupado por islâmicos radicais ainda mais bárbaros do que a Al Qaeda.

Na Síria o Presidente Al Asad continua a matar a população. Mas entre os que o combatem estão grupos islâmicos ultra-radicais, que também se combatem entre si. É o que acontece na Líbia, onde a morte de Kahdafi generalizou o caos e a mortandade.

Entretanto, o Egipto voltou praticamente à era de Mubarak, com os militares a mandarem e a perseguirem a Irmandade Muçulmana. Na Turquia, que parecia conciliar democracia e Islão, o regime está cada vez mais autoritário e as prisões estão cheias de jornalistas.

Neste quadro decepcionante surge uma ténue esperança: talvez o Irão acabe por ceder às pressões ocidentais em matéria nuclear. O seu povo está mais próximo da democracia ocidental do que muitos outros povos muçulmanos. Mas os iranianos terão de afastar os clérigos extremistas.