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Francisco Sarsfield Cabral

Uma distracção política

23 jul, 2014 • Francisco Sarsfield Cabral

Debater as presidenciais é uma distracção política, que desvia as atenções daquilo que realmente agora importa.

Na cena política portuguesa discutem-se cada vez menos ideias e cada vez mais pessoas – é a fulanização da política. Decerto que há quem defenda a austeridade assumida pelo actual governo e quem seja contra ela, mas não esclarecendo como poderíamos dispensá-la sem os investidores nos cortarem o crédito de que ainda necessitamos.

À esquerda, incluindo em franjas do PS, também existem adversários do capitalismo. Mas como a única alternativa que a ele existiu no terreno, o chamado “socialismo real” soviético, se revelou bem pior do que o capitalismo, trata-se mais de uma aspiração do que de uma alternativa.

Daí a fulanização. Onde esta se sente mais é na importância que no espaço público está a ser dada às eleições presidenciais de… 2016. Por vezes impulsionada por alguns dos próprios possíveis candidatos, a conversa vai animada. Mas nenhum desses eventuais candidatos, até hoje, apresentou um projecto, uma ideia estratégica para o país.

Debater as presidenciais é uma distracção política, que desvia as atenções daquilo que realmente agora importa.