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Europa junta-se para blindar o Mediterrâneo

23 abr, 2015 • Manuela Pires

Esta manhã, os jornais destacam o Conselho Europeu que vai reunir esta tarde em Bruxelas. Os Chefes de Estado e de Governo da União vão discutir medidas para combater a crise migratória.

O “The Guardian” teve acesso ao projecto de conclusões da Cimeira extraordinária. A maioria dos imigrantes vai regressar aos países de origem e a UE apenas garante o acolhimento a 5 mil refugiados. Mas, a maioria dos imigrantes que consegue sobreviver à travessia do Mediterrâneo (só no último ano mais de 150 mil chegaram a Itália) vão ser mandados embora como imigrantes ilegais no âmbito de um programa liderado pela Frontex, a agência europeia de fronteiras exteriores.

O “Público” falou com especialistas que defendem precisamente o contrário: que, para acabar com o negócio das máfias, a União Europeia devia abrir-se à imigração e concluem que a repressão não vai resolver o problema.

Ontem mesmo, o Primeiro-ministro italiano Mateo Renzi pediu aos parceiros europeus para combater os traficantes de escravos do século XXI. O “Diário de Notícias” diz que Espanha e Itália pedem uma acção militar na Líbia contra o tráfico humano, que permita capturar e destruir os navios usados pelos contrabandistas.

O “El Pais” garante que a tragédia do Mediterrâneo conseguiu uma unanimidade pouco comum entre os líderes europeus. Por exemplo, a Alemanha e o Reino Unido, dois dos países que mais contestam as operações de salvamento marítimo, porque provocam um “efeito de chamada”, dizem agora que é preciso pôr fim aos “cargueiros da morte”.

O “Diário Económico” fala na Grécia e garante que o Eurogrupo adiou para Maio um eventual acordo com Atenas. Amanhã há reunião dos ministros do Euro, mas já esta tarde o Primeiro-ministro grego vai encontrar-se com a Chanceler alemã para tentar obter apoio político de Berlim. Os ministros das Finanças não vão ter, para já, qualquer proposta para analisar e vão adiar um possível acordo para Mai.

O “Diário de Notícias” entrevistou o editor do “Financial Times”, Wolfgang Munchau, que defende que Atenas devia recusar sair do euro, mas também rejeitar mais austeridade. E aconselha mesmo a Grécia a entrar em incumprimento.

Há outro tema na agência Lusa: Bruxelas diz que a taxa turística de Lisboa contraria as leis europeias. Numa resposta a uma eurodeputada do PSD, a Comissão Europeia lembra que a legislação em vigor “proíbe a discriminação em razão da nacionalidade”. Cláudia Aguiar conclui, por isso, que “a taxa de Costa é ilegal”.