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Passos: "Ninguém espere que eu seja um cidadão perfeito"

03 mar, 2015 • João Carlos Malta

O primeiro-ministro ensaiou nas jornadas parlamentares do PSD a tese da cabala para justificar os notícias dos últimos dias. Diz que, juntamente com a família, está preparado para tudo. E num tom que rotulou de "humilde" assumiu ter "imperfeições".

Passos: "Ninguém espere que eu seja um cidadão perfeito"
Num discurso a projectar já as legislativas, o primeiro-ministro disse esta terça-feira estar, juntamente com a família, preparado para "enfrentar tudo" e desafiou os que remexem no seu passado. "Ninguém espere que eu seja um cidadão perfeito", declarou durante as jornadas parlamentares do PSD, na Alfândega do Porto. Passos Coelho atribui as notícias sobre a sua dívida à Segurança Social ao "desespero" daqueles que pensavam que as legislativas podiam "ser um passeio".

Num discurso a projectar já as legislativas, o primeiro-ministro disse esta terça-feira estar, juntamente com a família, preparado para "enfrentar tudo" e desafiou os que remexem no seu passado. "Ninguém espere que eu seja um cidadão perfeito", declarou durante as jornadas parlamentares do PSD, na Alfândega do Porto.

Passos Coelho atribui as notícias sobre a sua dívida à Segurança Social ao "desespero" daqueles que pensavam que as legislativas podiam "ser um passeio".

"Tenho as minhas imperfeições. Quem quiser remexer na minha vida não precisa de se dar ao trabalho porque pode ter a certeza de muitas vezes me atrasei em pagamentos. Mas sempre que fui instado a pagar, paguei", proclamou Passos. Para depois concluir: "Ninguém espere que eu seja um cidadão perfeito".

O primeiro–ministro apontou de seguida baterias para o combate político, dizendo que se quiserem continuar a investigá-lo vão "encontrar multas de trânsito" ou atrasos. Mas deixou uma certeza: nunca usou a função de primeiro-ministro para "esconder ou ocultar, ou ter um tratamento diferente de qualquer outro cidadão".

No sábado, o jornal "Público" deu conta de que Passos tinha em atraso o pagamento das contribuições à Segurança Social referentes ao período entre 1999 e 2004. Na segunda-feira, o primeiro-ministro reagiu à polémica, afirmando que desconhecia a obrigação de pagar estas contribuições.

Contra a "chicana"
"Eu e a minha família estamos preparados para este ano de eleições enfrentar tudo", disse Passos, esta terça-feira, nas jornadas do PSD.

"Estou preparado para enfrentar este ano eleitoral nos termos em que ele se está a desenhar. Preferiria que pudéssemos centrar a discussão na política, mas, quando os nossos adversários têm pouco para oferecer, alguma chicana política pode favorecer [as suas pretensões]", diz.

Num ataque sem nomear os alvos disse ainda que "nunca verão nada" que indicie que tenha protegido "alguém de maior ou menor dimensão", que tenha "traficado influências" ou pressionado "jornalistas para que certas notícias apareçam ou desapareçam".

Passos garantiu ainda que todas as decisões nesta legislatura não se guiaram por "outro padrão de aferição que não fosse o do interesse nacional".

E mostrou-se confiante: "O trabalho que estamos a fazer não é em vão". "O futuro não é de facilidades. E O PSD e o CDS não terão um discurso de facilidade. Portugal vale mais do que o tacticismo partidário."

Na sessão de encerramento das jornadas parlamentares do PSD, o líder da bancada laranja defendeu que Pedro Passos Coelho é "um líder sério" e "o português mais bem preparado para exercer as funções de primeiro-ministro" na próxima legislatura.