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Grécia na expectativa de um voto de confiança (desconfiado) da Alemanha

27 fev, 2015 • Pedro Caeiro

O Parlamento Alemão vota esta sexta-feira a extensão do resgate à Grécia por mais 4 meses. A situação grega continua a merecer os maiores destaques na imprensa a nível global.

A questão grega continua a centrar atenções. Na capa do “Diário de Notícias” pode ler-se: “Varoufakis conta com Draghi para evitar incumprimento”. O défice mais alto está a complicar as contas gregas. Atenas tem de pagar 140 milhões de euros ao FMI já em Março e espera uma ajuda do Banco Central Europeu.

Entretanto, ainda segundo o “DN”, o presidente do Parlamento grego e o ministro da Energia do Governo liderado por Alexis Tsipras estão entre os cerca de 30 deputados do Syriza que se opõem ao acordo com o Eurogrupo. Aliás, Tsipras, após uma maratona de conversas que durou 12 horas, percebeu que tem divisões no partido e terá hesitado em levar o acordo a votação após se ter deparado com cisões internas.

No “DN” destaque, ainda, para as declarações do ex-presidente da Comissão Europeia. Na primeira aula que deu aos alunos da Universidade Católica, Durão Barroso comparou a Europa a um OVNI, mas chamou-lhe “OPNI”, ou seja, “Objecto Político Não Identificado”. Foi, de resto uma citação de Jacques Delors, mas Barroso disse ainda outras coisas sobre a União Europeia. Por exemplo, que “A Comissão Europeia tem hoje muito mais poderes. Talvez até excessivos”. Afirmou, ainda, que a pergunta que mais lhe faziam “não era sobre o défice da Grécia, mas se acreditava que a Alemanha continuaria a apoiar a integração europeia”.

No “Público”, uma entrevista de duas páginas a Pana-giotis Karka-tsoulis, em que afirma que “a arma atómica do Syriza contra os interesses instalados é o apoio do povo”. O director do Instituto de Reforma Administrativa grego e deputado do partido pró-europeu “To Potami” diz também que ”Estes quatro meses são só uma pausa para respirar enquanto se prepara um plano” e que “os problemas maiores virão a seguir”.

A situação grega é falada no “The Guardian”, no “”New York Times”, no “Telegraph” e nas revistas “Forbes” e “The Economist”. Outra revista, a “Fortune”, tem uma outra visão das coisas. Diz na edição online “Esqueçam a Grécia, o Japão é a verdadeira bomba-relógio do pinto de vista económico para o mundo”.

No “Jornal de Negócios”, ainda o relatório da Comissão Europeia, em que Bruxelas critica a falta de medidas de resposta ao desemprego e ao aumento da pobreza. Na página ao lado, ”Bruxelas diz que a dívida das empresas ameaça a banca”. O nível de endividamento das empresas portuguesas é um dos mais elevados da Europa e pode tornar-se num risco sistémico para o sector bancário.