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Retirada do Hamas da “lista negra” falada em todo o mundo

18 dez, 2014 • Anabela Góis

A decisão judicial de tirar o grupo palestiniano da lista de organizações terroristas é destaque em quase todos os jornais. Os problemas de liberdade de imprensa na Turquia e a última Cimeira Europeia do ano também são notícia. 

O Tribunal Geral da União Europeia retirou o grupo palestiniano Hamas da lista de organizações terroristas. De acordo com o “Público” a decisão teve por base razões processuais, não anula o congelamento de bens da organização, e ainda é passível de recurso. Em paralelo, acrescenta o jornal, o Parlamento Europeu aprovou “por princípio” o reconhecimento do Estado Palestiniano.
 
A notícia está em destaque, também, na “Time” que adianta que Bruxelas se prepara para retirar o Hamas da lista de organizações terroristas, apesar da oposição de Israel e Estados Unidos.

A “France Presse” diz que a decisão não foi bem aceite em Washington: os Estados Unidos apelaram de imediato à União Europeia para que mantenha as sanções contra o Hamas, porque nada mudou na atitude do grupo.

A reacção de Israel é destaque na “ABC”: o Primeiro-ministro Benjamin Netanyahu pediu a Bruxelas que volte a pôr o Hamas na lista negra das organizações terroristas. A notícia ocupa quase toda a primeira página do “Jerusalem Post”, que puxa para título “Netanyahu adverte a União Europeia de que está a ser demasiado condescendente”. Em causa, também, a possibilidade de Bruxelas reconhecer o Estado palestiniano. 

Vários jornais destacam a situação na Turquia e a possibilidade de a adesão do país à União Europeia estar em risco por causa das recentes detenções de jornalistas e responsáveis pelos media no país. O “The Economist” diz que a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, já avisou Ancara que a adesão da Turquia depende do “total respeito pela lei e pelos direitos fundamentais” e a onda de detenções é incompatível com a liberdade de imprensa, um princípio básico da democracia. A mesma notícia no “EUNews”, que cita o comunicado da responsável europeia, e na “Deutsche Welle” que sublinha que as detenções de jornalistas na Turquia, foram condenadas pela União Europeia.

O “Diário Económico” fala do Conselho Europeu que hoje começa em Bruxelas e puxa para título: “Plano Juncker e Ucrânia dominam a última Cimeira Europeia do ano”. Diz este jornal que o tiro de partida foi dado ontem pelo presidente da Comissão Europeia, ao afirmar que “a Europa precisa de uma nova abordagem ao investimento, e de ajudar a vizinha de leste”. No “Jornal de Negócios”, uma citação de Jean-Claude Juncker serve de título à mesma notícia. “Preciso de dinheiro, não só de palavras”- é o pedido do presidente da Comissão Europeia para que os Governos dos 28 apoiem financeiramente o plano de investimentos para a União.

Destaque ainda neste jornal para a crise política na Grécia: o país corre o risco de ficar sem Governo precisamente na altura em que está previsto um acordo sobre um eventual programa cautelar, suportado pelos parceiros do euro, e um entendimento com a troika sobre como tapar o buraco de quase dois mil milhões de euros, identificado no orçamento para 2015.