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A eleição dos novos comissários em destaque

23 out, 2014 • Pedro Caeiro

A votação de ontem no Parlamento Europeu e a “luz verde” dada à nova Comissão liderada por Juncker é tema em quase todos os jornais europeus. No Reino Unido um dado curioso: há 23 anos que não havia tanta opiniões a favor da presença na União Europeia.

Está dada “luz verde a uma Comissão que não é só um bando de tecnocratas”. A frase vem na primeira página do jornal “Público” e retrata a votação ontem, no Parlamento Europeu, à nova equipa liderada por Jean-Claude Juncker. Em destaque, a declaração em que afirma que quer “acabar com o funcionamento de 28 comissários a trabalhar sozinhos, cada um na sua quinta”. Quanto a acções concretas, Juncker diz que é preciso encontrar um balanço entre “disciplina orçamental e políticas orientadas para o crescimento”. Já no artigo, o “Público” diz que o luxemburguês que sucede a Durão Barroso foi vago quanto ao pacote de investimento de 300 mil milhões de euros que a Comissão se comprometeu a apresentar até ao Natal. Esse plano é, de resto, destaque também no página 10 do “i” e na primeira página do “Diário de Notícias”. Em ambos os casos, uma fotografia de grandes dimensões mostra o momento em que Martin Schulz lê o documento de aprovação da nova Comissão Europeia. O tema é comum a toda a imprensa europeia.

Destaque, ainda no “DN”, para a ameaça de Portugal “votar contra o acordo europeu na energia”. Passos Coelho avisou que não vai subscrever o novo pacote de combate às alterações climáticas, que Bruxelas vota hoje, isto se não estiver incluída a construção de uma rede de electricidade e de gás natural que ligue a Península Ibérica ao resto da Europa. A ideia é que Portugal possa vender a energia que produz em excesso para o resto da Europa.

De volta ao “i”, fala-se na última Cimeira em que participa Durão Barroso como presidente da Comissão Europeia: “desemprego, ébola e clima” vão ser os temas em cima da mesa. Isto numa altura em que a economia da Zona Euro está estagnada. 
 
Ainda no que toca à salvação da economia europeia, o “Público” traz em manchete que “Portugal está entre os cinco países onde o BCE decidiu comprar dívida”. As obrigações hipotecárias emitidas pelos bancos portugueses ascendem a 34 mil milhões de euros e fazem parte das compras que o Banco Central Europeu está a fazer para salvar a Zona Euro da deflação.

Lá por fora, um dado interessante que surge no Reino Unido: apesar das trocas de palavras entre Cameron e Barroso, o apoio dos britânicos à continuação na União Europeia atingiu um máximo dos últimos 23 anos. Desde 1991 que os britânicos não eram tão pró-europeus. Os dados vêm no “The Independent‎”, no “Daly Mail” e no “The Guardian”. Ainda a propósito das intenções do Primeiro-ministro britânico de fechar portas aos imigrantes, a BBC entrevista Juncker, que é taxativo: “as regras de liberdade de movimentos dentro da União Europeia não podem ser mudadas”.