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Barroso vs Cameron: a troca de galhardetes continua

21 out, 2014 • Pedro Caeiro

Depois das críticas de Durão Barroso a David Cameron por causa da nova política britânica para os imigrantes, agora Londres vem dizer que é senhor do seu destino. Pelo meio, Berlim e Paris procuram soluções para a crise europeia. 

No “Diário de Notícias”, fala-se de soluções para a “crise europeia” e é chamado à capa o encontro entre o Ministro das Finanças alemão e o da Economia francês, para dizer que “Alemanha e França decidem sozinhas estímulos para a União Europeia”. O “DN” diz que “o eixo franco-alemão fez prova de vida e anunciou para 1 de Dezembro um acordo sobre o investimento para a estimular a economia europeia”. E que o pacote de estímulos discutidos em Berlim há-de ser comunicado depois aos restantes parceiros da EU.

Ainda as declarações de Durão Barroso sobre a posição britânica no que respeita aos imigrantes a dar que falar. Ontem houve “puxão de orelhas” por parte do Presidente da Comissão Europeia ao Primeiro-ministro britânico, ao dizer que seria “um erro histórico” se Londres alienasse os parceiros do centro e leste da Europa ao limitar a livre circulação. No “Jornal de Negócios”, em destaque, Cameron responde a Barroso e diz que os britânicos “são o seu único chefe”. Esta troca de argumentos faz história no “New York Times”, no “The Guardian”, no “Telegraph”, no “Wall Street Journal” ou na Reuters.

Numa questão que só a nós diz respeito, o “Diário Económico” diz que o corte mínimo do défice estrutural gera apreensão em Bruxelas”. O corte de 0,1% planeado pelo Governo faz a Comissão tremer que a mais pequena derrapagem na despesa suba o défice estrutural no próximo ano. 

Ainda a questão das relações tensas entre a União Europeia e a Rússia que pode gerar “novo embargo a alimentos europeus” segundo o jornal “Público”. Os alvos são as farinhas animais, as gorduras e derivados de carne. Mais uma vez, a suspensão é explicada com alegadas “razões de segurança” por parte de Moscovo, mas a verdade é que é mais uma série de produtos a juntar-se à lista dos que deixam de ser importados pelo mercado russo.

Já no jornal “i”, a promessa de um acordo entre Rússia e Ucrânia para que continue a haver fornecimento de gás russo durante o Inverno. Este é um problema que, estando resolvido, faz a Europa suspirar de alívio, uma vez que depende em 30% do gás russo. De resto, o jornal mostra um mapa com as importações de gás russo nos diferentes países da Europa. E o leste, da Polónia à Finlândia, passando pela República Checa, Eslováquia, Letónia ou Roménia, está muito dependente desse fornecimento que passa, em grande parte, pelos gasodutos ucranianos.