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Portugal obrigado a baixar dívida só em 2019

02 out, 2014 • Pedro Caeiro

Alivia a pressão sobre a obrigatoriedade de reduzir a dívida por parte de Lisboa. Novas decisões do BCE deixam bolsas em suspenso. Euribor baixa alarma a Banca. Durão Barroso escreve carta a Putin. 

No “Diário Económico”, a notícia de que Portugal não está obrigado a reduzir a dívida até 2019. Afinal, a pressão para reduzir a dívida pública não é tão grande como chegou a ser calculado. E, embora Portugal esteja comprometido com o Tratado Orçamental, as regras europeias dão uma folga aos países que estiveram sujeitos ao procedimento por défices excessivos. Segundo apurou este jornal, a obrigação de baixar a dívida todos os anos em um vigésimo do valor que supera o limite autorizado pela Comissão só se aplica a partir de 2019.
 
Ainda no “Diário Económico”, a notícia de que o BCE “deixa bolsas em sentido”. Na prática, o que se passa é que os mercados recuaram ligeiramente antes das novidades (ou não) da reunião mensal de política monetária do BCE. A primeira quinta-feira de cada mês é sempre marcada por esta reunião mensal e há a expectativa sobre os anúncios que Mario Draghi possa fazer. Quanto aos juros, devem ficar inalterados nos 0,05%, antecipam os analistas sondados pela Bloomberg.

Ainda a propósito das taxas de juro, o “Jornal de Negócios” garante que a “Euribor negativa está a alarmar os bancos”. Com o corte de juros pelo BCE, as taxas que servem de indexante no crédito à habitação afundaram para novos mínimos históricos. Nos prazos mais curtos, as Euribor estão já negativas e a banca está a estudar as implicações. Os bancos portugueses estão preocupados com a forte descida das taxas interbancárias. A proximidade de zero, e o risco de as Euribor passarem para "terreno" negativo, levou-os a criarem um grupo de trabalho para analisar as implicações.

No “Financial Times”, faz-se um balanço das audições aos candidatos a comissários da equipa liderada por Juncker, e parece que há dois candidatos mais problemáticos. Por um lado, o nome apresentado por Londres, Lord Hill. Por outro, o espanhol Miguel Arias Cañete. O candidato britânico já foi chamado para mais uma audição na próxima semana. E Arias Cañete mostrou-se à vontade na área da Energia, mas não convenceu os eurodeputados das suas intenções de lutar a sério contra as alterações climáticas. No entanto, fontes citadas pelo jornal garantem que há mais dois nomes pouco consensuais: o do húngaro Tibor Navracsics e o da checa Vera Jourova, um na área da Educação outro na Justiça.

Finalmente, a carta enviada por Durão Barroso a Vladimir Putin, para que não imponha novas sanções contra a Ucrânia. O ainda presidente da Comissão Europeia avisou Moscovo que tal decisão iria pôr em perigo o acordo que há com a Rússia para atrasar o histórico acordo que vai ligar a União Europeia à Ucrânia. Dia 12 ficou combinado que o acordo ficava “em banho-maria” até ao final de 2015, mas Barroso vem agora dizer que esse compromisso com Moscovo pode ser rasgado. A notícia da carta vem na Itar-Tass e na Ria-Novosti, no “Prague Post” e no “Wall Street Journal”.