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Saída do Reino Unido da UE não deixa Cameron “de coração partido”

01 out, 2014 • Pedro Caeiro

A entrevista de David Cameron à BBC, em que se mostra mais preocupado com a coesão do Reino Unido do que com a permanência na União Europeia, é o destaque. Outros temas do dia: os alegados benefícios fiscais da Irlanda à Apple e as sanções à Rússia.

Dia marcado ainda pelas declarações de David Cameron, que disse que “uma saída do Reino Unido da União Europeia não o deixaria de coração partido”. Tanto o “Daily Mail” como o “The Guardian” destacam esta expressão. O Primeiro-ministro britânico disse estar mais preocupado com uma permanência na União, mas após várias reformas e um novo acordo com Bruxelas. De recordar que Cameron prometeu renegociar o papel do Reino Unido antes de a questão ser posta à votação no referendo apontado para 2017. O Chefe do Governo de londres tem estado a ser pressionado, nomeadamente pelo partido anti-europeísta UKIP para um braço-de-ferro mais firme com Bruxelas.
As declarações à BBC também são citadas no “Telegraph” e não deixam grandes dúvidas: Cameron diz que “ficaria muito mais preocupado com a coesão do Reino Unido, a propósito do referendo na Escócia, do que com a União Europeia. Só se compensar é que o país fica na União Europeia, garante.
 
Do outro lado do Atlântico, ainda se ouvem os ecos da investigação de Bruxelas à Irlanda por causa do alegado favorecimento de um dos gigantes norte-americanos da área tecnológica. A Apple terá tido taxas de imposto muito favoráveis por parte do Governo de Dublin, o que representa um favorecimento fiscal que é ilegal. Apesar de o processo ser contra a Irlanda e não contra a empresa em si, a verdade é que esta poderá ter de repôr impostos por pagar em quantias elevadas.
Ainda nos Estados Unidos, o “ABC Online” afirma que a União Europeia não pensa aliviar as sanções contra a Rússia, apesar do cessar-fogo na Ucrânia. As sanções contra alguns empresários russos, bem como os sectores das finanças, defesa e energia, vão manter-se. Bruxelas diz que “ainda é cedo” para levantá-las.

Já o jornal grego “Ekathimerini” destaca a ajuda suplementar que a União Europeia vai dar aos agricultores prejudicados pela política de sanções contra a Rússia. São mais 165 milhões de euros para tentar compensar a baixa de preços de frutas e vegetais provocada pela resposta russa e pelo fechar de portas aos produtos europeus. Este novo pacote de ajuda destina-se - sobretudo - aos grandes produtores de citrinos de países como Espanha, Itália e Grécia.

E, “do lado de lá”, o “The Moscow Times” fala das alternativas encontradas pela União Europeia para enfrentar um possível corte do gás por parte da Rússia neste Inverno. A crise na Ucrânia, país por onde passa o gás fornecido pela Rússia à União Europeia, há muito que preocupa os responsáveis europeus, que temem uma ruptura no fornecimento quando o frio começar a apertar. Procuram-se alternativas, nomeadamente através da importação com navios-tanque, apesar de haver reservas que dão para quatro meses.