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Sanções contra a Rússia não unem a Europa

22 ago, 2014 • Pedro Caeiro

Há países como a Hungria e a Eslováquia que puseram dúvidas sobre a eficácia das sanções sobre Moscovo. O MNE checo vem pedir união à União. Entre os candidatos à adesão, destaque para a posição delicada da Sérvia.

Tanto a “Reuters” como o “Kiev Post” destacam hoje as declarações do ministro checo dos Negócios Estrangeiros, que pede união entre os Estados-membros na imposição das sanções sobre a Rússia, apesar da resposta de Moscovo. São declarações que vêm no seguimento do que disse o Primeiro-ministro húngaro Viktor Orban, na última sexta-feira, quando afirmou que os “28” tinham dado “um tiro no próprio pé” e que as sanções deviam ser repensadas. Também o chefe do Governo eslovaco, Robert Fico disse que as sanções “não fazem sentido” e que podiam pôr em perigo o crescimento económico da Europa. Agora, o chefe da diplomacia checa vem dizer que “não consegue imaginar que outras alternativas tem a União Europeia”.

No “New York Times”, a notícia de que a banca europeia espera um impacto “muito limitado” por causa das sanções contra a Rússia. Mesmo os bancos mais expostos ao mercado russo não parecem muito preocupados para já, mas isso pode mudar se o conflito comercial e diplomático se agravar. De resto, ainda há pouco tempo,  a agência de notação financeira Fitch estimava que a banca francesa, por exemplo, têm cerca de 50 mil milhões de dólares empregues na Rússia.

No “The Economist”, olha-se para a posição delicada em que se encontra a Sérvia. Isto porque é uma candidata à adesão à União Europeia, mas, ao mesmo tempo, é um velho aliado de Moscovo. De que lado vai querer ficar Belgrado? De recordar que, ainda em Março, a Sérvia absteve-se num voto na ONU a favor da integridade territorial da Ucrânia após a anexação da Crimeia. Na altura, como candidata a fazer parte da União Europeia, foi muito criticada pelos potenciais parceiros comunitários. A Sérvia está num momento em que quer “agradar aos dois lados”. Mas os candidatos à adesão devem alinhar a sua política externa com o resto dos Estados-membros e a posição de Belgrado é delicada...

Na Alemanha, a “Deutsche Welle” diz que o Reino Unido, França e Alemanha tentam forçar uma resolução da ONU para pedir um cessar-fogo de longa duração entre Israel e o Hamas. Deverá ser proposto o envio de uma equipa internacional que monitorize a situação no terreno.

No diário britânico “Telegraph”, num artigo de opinião de Douglas Flint é dito que a Escócia, se resolver ser independente, não deve esquecer que a Libra foi essencial no seu sucesso. E que, se optar por aderir ao Euro, poderá também estar a apostar num cenário de maior incerteza económica. Diz este colunista que “é impensável imaginar a Escócia sem a âncora da moeda britânica, que lhe dá estabilidade financeira.

Termino com uma directiva comunitária que promete ser polémica. É que Bruxelas acaba de decretar a proibição da venda de novos aspiradores com mais de 1.600 watts de potência a partir de Setembro. Tudo para poupar energia ao nível de toda a União Europeia. E, em Inglaterra, por exemplo, o equivalente à DECO lá, está a dizer aos britânicos “que se despachem se querem ter um bom aspirador”. Porque, nos testes comparativos dos últimos anos, cinco dos sete melhores modelos testados eram de 2000 watts e, a partir do final do mês, vão deixar de ser vendidos… A polémica vem no  “The Guardian” e na BBC.